
Servidores de órgãos federais vão se deslocar por aplicativo de transporte
Ideia do Ministério da Economia é vender boa parte da frota e economizar para os cofres da União

O transporte administrativo de órgãos federais situados em BH passará por mudanças. Servidores da Advocacia Geral da União (AGU) que atuam na capital já deixaram os carros oficiais e passaram a usar o TaxiGov.br – programa desenvolvido pelo Ministério da Economia (ME) que adota o transporte por aplicativo para o deslocamento dos funcionários.
BH é a quinta capital a implementar o modelo, e a meta é que até o fim do ano outros 25 órgãos também adotem o serviço. O ME estima que vai poupar cerca de R$ 14,3 milhões por ano só na cidade.
“Queremos chegar a esses 25 órgãos ainda neste ano. Utilizamos a AGU como piloto para testar o aplicativo, ver se ele funciona bem, se responde aos prazos estabelecidos na licitação. Mas isso é uma etapa rápida, em pouco tempo já teremos feito todos os testes, os ajustes necessários para poder expandir aos outros órgãos”, afirmou
Cristiano Heckert, secretário de Gestão do Ministério da Economia.
Segundo ele, o modelo funciona por meio de um processo licitatório, em que a vencedora terá que desenvolver um aplicativo exclusivo para os servidores. No caso de BH, uma cooperativa de táxi foi licitada.
“A licitação é aberta e baseada pelo preço do quilômetro rodado, mas ela traz a obrigatoriedade de oferecer o aplicativo. Os servidores que forem usar o instalam, são cadastrados no nosso sistema e usam quando houver necessidade”, explicou Heckert. A frota substituída será leiloada, e o dinheiro, arrecadado pela União.
Heckert, no entanto, pondera que o modelo não vai substituir toda a frota já existente. Segundo ele, o TaxiGov contempla o transporte de servidores que ocupam cargos administrativos e precisam se deslocar para eventos diversos. Além disso, o planejamento e a relação de quais setores receberão o programa ficará a cargo de cada órgão.
“O foco não está em atividades-fim, como fiscalização e pesquisas de campo que as universidades fazem, por exemplo. Sabemos que essas atividades tendem a ter continuidade e por isso justificam terem veículos dedicados a elas”, disse o Executivo, que não soube precisar quantos carros serão substituídos em BH. “Como são os órgãos que nos enviam essa relação à medida que vamos adotando o modelo, ainda não possuímos esse dado. Mas em todo o Brasil já conseguimos leiloar 137 veículos, arrecadando R$ 1,9 milhão”, disse.
Hecker explicou que o ME também criou mecanismos de fiscalização para evitar o uso indevido do aplicativo. “Vamos cadastrar os servidores, aí teremos total rastreabilidade dos deslocamentos. Conseguiremos monitorar se são pessoas autorizadas e faremos uma auditoria para ver se os deslocamentos fazem sentido”, pontuou. Procurada, a AGU não se manifestou.
Outras cidades
Antes de BH, o TaxiGov.br já era usado por órgãos federais no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Recentemente, o modelo foi aplicado também em Cuiabá. Segundo o ME, a expectativa é de que o modelo esteja implantado em Florianópolis, Salvador, Natal e Porto Alegre ainda neste ano. Já as demais capitais devem ser contempladas em 2021.
Até o momento, de acordo com o ME, a medida gerou uma economia de R$ 26 milhões nas contas públicas. “O novo modelo é 60% mais barato, fora a economia que trará para a gestão. Antes, os órgãos precisavam de um setor específico para administrar toda a frota. Com esse novo modelo, possibilitará que os órgãos transfiram esses servidores a outras atividades”, completou.

