Quatorze vereadores de Belo Horizonte assinaram uma moção de repúdio contra a secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben.
O documento que circula na Câmara Municipal e será enviado ao prefeito da capital, Fuad Noman (PSD), foi motivado pelo não comparecimento de Ângela em uma audiência pública para debater o retorno do programa Escola Aberta, realizada, na quinta-feira, pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Desportos, Lazer e Turismo da CMBH.
“É inadmissível o descaso demonstrado pela secretária de Educação, com a recusa a comparecer ao Poder Legislativo, casa dos representantes do povo, para prestar esclarecimentos sobre um programa de interesse geral. A atitude narrada evidencia o desrespeito com a comunidade escolar e com a população que clama pelo retorno das políticas públicas na área da educação”, diz um trecho da carta de repúdio.
Nesta sexta-feira, o episódio foi discutido por alguns vereadores no plenário. O vereador Léo Burguês (União Brasil), que recentemente deixou o bloco de base do governo para formar um novo bloco independente, lamentou o não comparecimento da secretária. Ele foi o autor do requerimento pelo convite de Ângela.
“A verdade é que estão empurrando com a barriga o não retorno do programa Escola Aberta em Belo Horizonte. E o pior, colocaram o secretário adjunto Marcos (Evangelista Alves) que não tem competência para resolver o problema. Ele é um almofadinha que não sobe favela e não conhece a periferia de BH”, afirmou Burguês.
O vereador Gabriel Azevedo foi ainda mais incisivo e usou da tribuna da Câmara para sugerir a exoneração de Ângela.
“Secretária, a senhora foi convidada e agora será convocada e se não vier responderá por crime administrativo. Facilita nossa vida e peça conta. Peça conta porque se tem uma coisa que a senhora não tem é carinho aqui na Câmara. Da esquerda a direita, passando pelo centro. Peça contas. O resultado da senhora na Educação é mais devastador do que a própria pandemia. Isso já é suficiente para sua despedida”, ressaltou Azevedo.
Em defesa da secretária, o líder de governo, vereador Bruno Miranda (PDT) foi ao microfone para pedir respeito pela trajetória de Ângela Dalben.
“É preciso respeitar a história da secretária, que pegou a educação dessa cidade em um momento difícil, um momento de desafios que foi a pandemia. Obviamente que ela precisa comparecer à Câmara sim quando ela for chamada, precisa dar os devidos esclarecimentos, mas nós aqui precisamos respeita a história de uma professora de carreira da UFMG que dedicou a sua vida para a educação no nosso Estado, no nosso país e agora na nossa cidade”, pontuou Miranda.
A secretária e o secretário adjunto foram procurados, por meio da assessoria de imprensa da PBH, para comentar as declarações feitas pelos vereadores e o teor da moção, no entanto até a publicação da matéria não haviam respondido.
A PBH também foi questionada sobre o não comparecimento de Ângela Dalben na reunião, mas ainda não respondeu.
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Vereadores de BH pressionam pela demissão da secretária de Educação
Uma moção de repúdio foi assinada por parlamentares depois que Ângela Dalben não compareceu a uma audiência pública na Câmara
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