Panos quentes

Aras critica ataques ao STF e diz que não pode se confundir liberdade com crimes

Procurador geral da República fez um discurso em defesa do Supremo no encerramento do semestre da corte, nesta quarta (1º)

Por folhapress
Publicado em 01 de julho de 2020 | 13:49
 
 
 
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, fez um discurso em defesa do STF (Supremo Tribunal Federal) no encerramento do semestre da corte, nesta quarta-feira (1º).

O recesso do tribunal começa na quinta-feira (2) e vai até o fim deste mês. No período, os prazos processuais ficam suspensos e o presidente, ministro Dias Toffoli, responderá pela corte.

Aras ressaltou que os "recentes ataques" ao Supremo não atingem apenas os ministros, mas todo o sistema de Justiça do país e as instituições republicanas, o que, segundo ele, não pode ser tolerado.

"É preciso distinguir manifestações próprias da liberdade de expressão merecedoras de civilizada tolerância e respeito de crimes de calúnia, injúria, difamação, ameaça, organização criminosa e delitos tipificados nas leis penais e na Lei de Segurança Nacional", afirmou.

O procurador-geral também fez um balanço da atuação da PGR (Procuradoria-Geral da República) junto à corte. Segundo Aras, a PGR e o STF deram mostras de "vigor institucional e atuaram tanto em prol do direito à vida quando em prol da ordem econômica e dos direitos coletivos, todos ameaçados" na crise do novo coronavírus.

"Somos ciosos em defender tanto a independência quanto a harmonia entre poderes, prezando sempre pelo diálogo, assim como pela condução firme porém serena diante das adversidades e desafios que surgem", disse.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, por sua vez, destacou que o Supremo trabalhou pela necessária coordenação entre os órgãos do Estado no enfrentamento à pandemia.

"O Supremo fixou diretrizes de interpretação normativo-constitucional aos poderes públicos e aos entes da federação em todas as suas esferas. Validamos medidas emergenciais, adotadas pelos poderes públicos sempre que compatíveis com a Constituição e coibimos eventuais excessos, tudo dentro da Constituição e colegiadamente", frisou.

O Supremo auxiliou no combate tanto à crise financeira quanto à crise sanitária, segundo Toffoli.

"Deste modo, o STF promoveu a segurança jurídica necessária para que o país possa cruzar essa pandemia, ao menos na área jurídica, com a máxima atenção à saúde da população e zelando pela manutenção dos empregos, da renda e da capacidade produtiva do mercado e do setor estatal".

Toffoli também afirmou que o Supremo encerrou o semestre com o menor acervo processual dos últimos 24 anos: são 29.285 casos em tramitação na Corte, número 6,4% inferior ao do fim de 2019.

O magistrado lamentou as mortes causadas pelo novo coronavírus e citou a quantidade de processos sobre o tema que chegaram ao STF.

"Até o momento, foram registrados no Tribunal 3.533 processos relacionados à crise da Covid-19 e foram proferidas 3.692 decisões quanto ao tema. Mediante suas decisões, o STF fixou diretrizes de interpretação normativo-constitucional aos poderes públicos, em todas as esferas federativas, acerca das situações extraordinárias surgidas com a pandemia".

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