O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os acusou de defender o desarmamento da população sem dispensar segurança armada. “Nós sabemos o viés de esquerda da maioria dos ministros, que são favoráveis ao desarmamento, mas não abrem mão de segurança armada e de carro blindado”, disse o mandatário no Flow Podcast nesta segunda-feira (8).
Defensor da ampliação do acesso a armas de fogo, Bolsonaro editou decretos que discutem a posse, compra, registro e tributação de armas e munições. Os atos foram questionados no STF e só não foram derrubados, segundo o presidente, porque o ministro Kassio Nunes Marques pediu mais tempo para analisar o caso antes de emitir uma decisão.
"No meu governo, nós quase dobramos o número de CACs [sigla para caçadores, atiradores e colecionadores]. Arma de fogo se fez presente. Por que o Supremo não derrubou? Porque um ministro pediu vistas", frisou.
De acordo com Bolsonaro, os ministros fazem "ativismos judicial" e interferem em decisões exclusivas do chefe do Poder Executivo. "O Supremo não pode ficar legislando, praticando o ativismo judicial. Cada poder no seu quadrado. [...] Eles interferem, e não pode interferir", afirmou.
O mandatário relembrou o perdão presidencial que concedeu ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo STF por ameaças à Corte. Bolsonaro afirmou que a condenação partiu de uma "canetada" do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
"Ele [Daniel Silveira] falou muita coisa que eu condeno. Mas não é um ministro que resolver abrir um inquérito e condenar o cara. Você não pode prender o cara, ele ficou preso nove meses praticamente", disse, completando que além do Supremo, a Câmara dos Deputados também errou ao manter o parlamentar preso em decisão anterior à condenação.
Bolsonaro destacou que fez a parte dele ao conceder o perdão presidencial a Silveira porque "a questão da liberdade de expressão é sagrada". "Eu posso brigar com qualquer um, menos com a minha consciência. É a nossa liberdade. O parlamentar é aquela pessoa que tem o direito de defender o que quiser. Se ele fez besteira ao longo do seu mandado, que não seja reeleito", frisou.
O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.