Em entrevista ao quadro Café com POlítica, da rádio Super 91.7 FM, nesta terça-feira, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, que disputou a Presidência em 2018, afirmou esperar que a deputada federal Áurea Carolina, pré-candidata do partido à Prefeitura de Belo Horizonte, consiga articular uma frente de esquerda na capital mineira. Professor e coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Boulos afirmou que o momento é para discutir também o cenário nacional e, para isso, seria "muito desejável" que a esquerda estivesse unida.
"O bolsonarismo precisa ser derrotado nas urnas em 2020", afirmou o ativista. Boulos não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem classificou como um "sociopata na Presidência da República", "destruidor de esperanças" e oriundo do "esgoto da política". Apesar de defender a união das esquerdas nas grandes capitais, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo admite dificuldades para tal cenário.
Um dos entraves é a necessidade de sobrevivência dos partidos políticos com as regras mais restritivas impostas pela Cláusula de Barreiras e o fim das coligações para eleições proporcionais, o que força as legendas a lançarem candidatos a prefeitos na tentativa de conseguirem eleger mais vereadores. Ele também defendeu a automia das siglas.
"Não sou que vou falar que o PT não pode lançar candidato, que o PCdoB não pode lançar candidato, assim como esses partidos não podem querer o mesmo do PSOL", disse Boulos. Mesmo defendendo a união das legendas de esquerda, Boulos não chamou para si essa responsabilidade. O papel de tentar a costura ficou a cargo do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.
Duelo. Questionado sobre o fato de pré-candidatos do PSOL às prefeituras das três maiores capitais do Sudeste aparecerem mais bem colocados nas pesquisas do que nomes do PT, Boulos afirmou que sua legenda não se preocupa em superar o PT. A ideia, segundo ele, é oferecer soluções para a crise que o país vive, que classificou como a "maior da história". Apesar disso, Boulos vê o PSOL como "renovação" e destacou a comunicação direta da legenda ao dialogar com minorias, jovens e moradores das periferias.