Em sessão nesta terça-feira (5), a Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cassou o mandato de mais dois vereadores afastados: Mastroiano de Mendonça Alves, mais conhecido como Doca, (Patriota) e Wender Marques (PSB). Com as decisões, Uberlândia já tem sete vereadores cassados só este ano.
Tanto Doca quanto Marques foram afastados do Legislativo ainda no ano passado após a operação "Má Impressão", deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A ação investigou o uso irregular de verba indenizatória em esquemas com gráficas e resultou na prisão de 22 dos 27 vereadores de Uberlândia.
A maioria foi solta, mas os vereadores acabaram afastados do Legislativo, que iniciou os processos de cassação. Ambas as decisões desta terça-feira tiveram 24 votos favoráveis e uma abstenção, sendo que não votam o suplente do vereador afastado nem o presidente do Legislativo.
Além dos dois vereadores que perderam seu mandato nessa sessão, a Câmara já cassou desde o início do ano os mandatos de Helvico Queiroz (PTC), mais conhecido como Vico, Rodi Borges (PL), Wilson Pinheiro (PP), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Alexandre Nogueira da Costa (PSD).
No dia 7 de maio, a Câmara deve realizar audiência de instrução do processo de cassação do vereador Márcio Nobre (PSD). Além dele, outros seis também estão afastados aguardando a conclusão dos relatórios das comissões processantes instauradas pela Casa.
Entenda o caso
No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.
Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.