A Prefeitura de Belo Horizonte entregou à Câmara Municipal na manhã desta segunda-feira (2) 186 caixas com documentos referentes aos contratos firmados com a construtora Andrade Gutierrez no período de 1979 e 1987. Os documentos foram enviados em resposta a um requerimento Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os débitos do município com a Andrade Gutierrez nas obras de canalização do ribeirão Arrudas, construção do túnel da Lagoinha e remoção de aguapés na lagoa da Pampulha.
Além de receber a documentação, a sessão desta segunda-feira da CPI convocou o ex-governador e ex-prefeito da capital, Fernando Pimentel, para dar explicações sobre pagamentos realizados à construtora durante sua gestão à frente da prefeitura e referentes a débitos da década de 80. No entanto, Pimentel protocolou um documento solicitando o adiamento da oitiva para depois do dia 22 em razão de compromissos profissionais.
Também foi convocado a ser ouvido o ex-procurador do Município na gestão Pimentel, Marco Antônio de Rezende Teixeira, cuja oitiva está prevista para 10h30.
A CPI da Câmara de Belo Horizonte apura o pagamento de R$ 1,7 bilhão feito pela prefeitura da capital à Andrade Gutierrez e foi aberta após situação semelhante ter vindo à tona em Betim, onde a construtora estaria cobrando R$ 480 milhões referentes a obras realizadas no mesmo período.
Porém, a prefeitura da cidade contratou uma perícia, que atestou a falsidade dos documentos apresentados pela empreiteira para supostamente comprovar a dívida e denunciou o caso ao Ministério Público e à Polícia Civil.
O tema também foi alvo de uma CPI na Câmara de Betim, que atestou, além de falsidade documental e ideológica, a falta de comprovação da realização das obras e inconsistência no montante da execução.