Nacionalista

'Carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos', diz Zema em São Paulo

Governador discursou na abertura do encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud)

Por Humberto Santos
Publicado em 19 de outubro de 2023 | 16:55
 
 
 
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Em seu discurso na abertura do encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizado na tarde desta quinta-feira (19) em São Paulo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o crescimento da frota de carros elétricos “ameaça” os empregos de brasileiros.

O governador estava contextualizando que o tema desta edição do Cosud é meio ambiente e que era necessário discutir a transição energética no Brasil. Para Zema, o Brasil já possui uma solução igual ou melhor ao carro elétrico, os veículos movidos a etanol. Foi neste ponto que o governador do Partido Novo fez uma defesa dos empregos nacionais - pauta que normalmente não é associada às legendas liberais.

“Nós temos que lembrar: o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos aqui. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias, que pouquíssimos países produzem. Envolve nós destruirmos aqui milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido, peças de motor à combustão, escapamentos, uma série de itens não são utilizados no carro elétrico. Vai significar a migração de empregos, sem considerar em posto de gasolina, em concessionárias”, afirmou Zema.

Antes de defender os empregos dos brasileiros, o governador mineiro exaltou a produção de 'lítio verde' no Estado, um dos investimentos da região do Jequitinhonha que seu governo considera a ‘menina dos olhos’ da gestão do Novo. No mês passado, o governo assinou um protocolo de intenções com o Grupo Atlas, empresa que vai investir R$ 750 milhões em cinco cidades para produzir cerca de 300 mil toneladas por ano e gerar 1.200 empregos. O lítio é um dos principais componentes das baterias elétricas.

Em julho, outra empresa também assinou protocolo de intenções com a a MG LIT (Lithium Ionic) para investimentos de outros R$ 750 milhões para explorar o mineral no chamado “Vale do Lítio” mineiro. Além dessas empresas, já estão com atividades na região Sigma Lithium, CBL e Latin Resources. Aliás, Zema e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), acompanharam o envio de 15 mil toneladas de lítio para a China em julho.

“O Estado de Minas tem participado da transição energética, já fizemos três embarques de lítio para o exterior, através da produção no Norte do Estado. Estamos empenhados em mostrar que o lítio de Minas é o lítio mais verde do mundo. Não utiliza água dos rios, a água é circular, não tem barragens, não utiliza energia poluente. E o Brasil tem hoje condição de mostrar para o mundo que ele tem alternativa ao carro elétrico. O nosso carro a etanol, que muitas vezes é esquecido, ele é tão sustentável quanto o elétrico ou até melhor”, discursou Zema.

O curioso é que em março deste ano, Zema assinou um protocolo de intenção com a Bravo Motor Company para implantação de uma fábrica de veículos elétricos e packs de baterias na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A fase um do projeto prevê investimentos de R$ 25 bilhões. A fase 2 envolveria, justamente, a produção de baterias.

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