Levantamento

Com Zema, Estado registra forte queda no investimento em 2019

De acordo com o Portal da Transparência, governo investiu menos da metade que em 2018

Por Bernardo Miranda
Publicado em 24 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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Ao assumir um Estado imerso em sua maior crise fiscal, o governador Romeu Zema (Novo) fechou os primeiros sete meses da sua gestão com uma redução de 52% no valor de investimentos. De janeiro a julho, foram gastos com obras e melhorias o total de R$ 485 milhões, contra R$ 1,02 bilhão no mesmo período do ano passado. O governo credita essa redução ao déficit herdado da gestão de Fernando Pimentel (PT) e afirma que a retomada do crescimento dos investimentos de Minas depende da melhoria da situação fiscal, que pode ocorrer com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.

Investimento é tudo aquilo que o governo gasta para criar benfeitorias e que melhora a infraestrutura do Estado. Entram nessa conta tanto a construção de uma estrada ou de um hospital como compra de novos equipamentos de um laboratório, por exemplo. O valor investido nos sete primeiros meses de 2019 é o menor registrado nos últimos cinco anos. Em 2015, primeiro ano de mandato de Fernando Pimentel, o Estado gastou R$ 863 milhões em investimentos. Em 2016, esse montante saltou para R$ 1,08 bilhão e caiu em 2017 para R$ 949 milhões.

Por meio de nota, a assessoria do governo de Minas destaca que as dívidas deixadas pela gestão anterior impactam diretamente a capacidade de investimento da atual gestão. “Como o próprio governo já tornou público, o Estado passa por uma severa crise financeira, que dificulta a realização de investimentos em diversas áreas. Como é sabido, a atual administração enfrenta um cenário de déficit orçamentário de R$ 15 bilhões previsto para o ano, além de ter herdado uma dívida, deixada pela gestão anterior, de R$ 34,5 bilhões”, diz o texto. 

A gestão Zema, porém, destaca que tem mantido esforços para garantir o funcionamento dos serviços públicos, mesmo com as dívidas deixadas pelo governo anterior referentes aos repasses dos municípios: “O governo de Minas vem conseguindo, com trabalho e transparência, manter a prestação de serviços públicos à população, além de estar honrando dívidas deixadas pela antiga administração, principalmente pendências relativas aos municípios e ao funcionalismo público”.

Por fim, o governo destaca que a retomada dos investimentos só será possível após a adesão do programa de renegociação da dívida do Estado com a União. “Inúmeras medidas voltadas à redução de despesas e ao reequilíbrio das contas públicas vem sendo adotadas desde o início do ano, com o objetivo de retomar os investimentos em diversas áreas, sendo que, neste cenário, é importante a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal”, concluiu. 

A assessoria do governo destacou que pode haver casos específicos de investimentos que não foram realizados por falta de repasses do governo federal ou outro entraves burocráticos que não dependem do Poder Executivo estadual. Porém, como o pedido de resposta foi enviado no fim da tarde de ontem, não foi possível fazer o levantamento. 

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