BRASÍLIA — O processo que pode levar à cassação do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) se arrasta há oito meses no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, e a perspectiva é que a votação ocorra apenas no próximo ano legislativo. A previsão desanima Glauber e seus aliados, que esperavam pôr fim à discussão antes do recesso. 

O processo chegou à última etapa na quarta-feira (10), e o Conselho de Ética concedeu 10 dias úteis para o relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), apresentar seu parecer sobre a cassação. O prazo começou a contar nessa sexta-feira (6) e se estende até 19 de dezembro — véspera do início do recesso. Magalhães deverá protocolar seu relatório até a data, indicando se é favorável ou contrário à cassação. Depois, os membros do Conselho de Ética têm que votá-lo. A tendência é que não ocorra sessão antes da virada do ano. 

Se os deputados decidirem pela cassação, o processo segue para votação no plenário, onde são necessários pelo menos 257 votos para derrubar o mandato de Glauber Braga. Entretanto, se os membros da comissão rejeitarem a cassação, o processo é imediatamente arquivado. 

As sessões do Conselho de Ética desgastaram o deputado, que renunciou à presidência da Comissão Legislação Participativa em novembro diante do esgotamento provocado pelo processo. Ele também indicou que dispensará o direito de recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se o Conselho de Ética decidir pela cassação do mandato. 

Glauber Braga responde ao processo por ter empurrado um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) e o retirado da Câmara dos Deputados durante uma confusão em abril deste ano. O Partido Novo é o autor da representação contra o parlamentar.