BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu adiar a escolha do relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as fraudes no INSS. A perspectiva é que o nome seja indicado apenas em agosto após as férias dos deputados, e três nomes do Centrão são cotados: Alfredo Gaspar (União Brasil-BA), Mendonça Filho (União Brasil-PE) e Evair de Melo (PP-ES).
A definição do relator da CPI mista virou questão de segunda importância na C âmara nessa véspera de recesso legislativo, quando Hugo Motta priorizou a derrubada do decreto do Planalto que ajustava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o aumento do número de deputados e a aprovação do novo marco do licenciamento ambiental. As indisposições entre o Congresso Nacional e os outros dois Poderes, Executivo e Judiciário, engrossaram o caldo desses dias que antecederam as férias.
A presidência da CPMI do INSS caberá ao Senado Federal, e um acordo articulado pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), indica que o cargo será entregue ao senador Omar Aziz (PSD-AM). A escolha do relator dependerá mais do humor da Câmara com o Palácio do Planalto que de outras razões. Motta pode optar por um deputado que acarrete dores de cabeça ao governo Lula (PT) no curso da CPI.
O relator é quem apresenta um parecer final que será votado pela comissão. No texto, podem ser sugeridos indiciamentos, como o relatório da CPI mista do 8 de Janeiro que pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar da indefinição, os partidos têm indicado quem serão seus membros na comissão.
Como oposição e principal frente de ataque diante do escândalo do INSS, o PL quer indicar nomes qualificados para ocupar as cadeiras a que tem direito na comissão. No Senado, o partido definiu que Jorge Seif (PL-SC) e Izalci Lucas (PL-DF) irão representar a bancada. A indefinição na Câmara é maior porque são muitos os nomes cotados; os deputados Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Coronel Fernanda (PL-MT) estão entre as principais possibilidades.
Na Câmara, o bloco composto por PT e PCdoB definiu quem serão os deputados que defenderão o Palácio do Planalto da ofensiva da oposição. Pelo partido do presidente Lula (PT), estão escalados Rogério Correia (MG), o ex-ministro Paulo Pimenta (RS) e Alencar Santana (SP). O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) completa o quarteto.