Denúncia

Alcolumbre após denúncia de rachadinha: 'campanha difamatória sem precedentes'

Senador se defendeu da acusação de contratar funcionárias fantasmas e confiscar salários; segundo revista, fraude foi de pelo menos R$ 2 milhões

Por Lucyenne Landim
Publicado em 29 de outubro de 2021 | 10:56
 
 
 
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O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou ser vítima de uma "campanha difamatória sem precedentes" e de uma "orquestração de denúncias mentirosas" ao se defender da acusação de confiscar salários de assessores, prática irregular conhecida como rachadinha, revelada em reportagem da revista Veja. O senador disse ter sido surpreendido pela denúncia de denúncia que aponta, também, supostas contratações de funcionários fantasmas.

"Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem", disse o senador.

Segundo a Veja, Alcolumbre teria nomeado no gabinete seis assessoras que moram na periferia do Distrito Federal, com salários de 4 mil a 14 mil que não ficavam de forma integral com as servidoras. Pela reportagem, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa de confiança do senador e recebiam um pequeno valor. A fraude, segunde, a Veja, foi de pelo menos R$ 2 milhões.

Alcolumbre destacou que vai tomar "providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos" e que não vai ser ameaçado, intimidado ou chantageado ao lembrar denúncias recentes que envolveram seu nome. 

"Primeiro, fui acusado de ser um intolerante religioso (um judeu contra um evangélico), depois um áudio, de quase 10 anos atrás, foi divulgado em uma narrativa venenosa e maldosa de algo que nunca aconteceu", apontou. Em 8 de outubro, um áudio também revelado pela revista Veja mostrou que o senador trocou favores com atual preisdente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, Gilberto Pinheiro. Na época, Pinheiro era desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá e a conversa tinha o sentido de favorecer uma funcionária do TJ.

"Na sequência, uma operação da Polícia Federal, iniciada em 2020 e com desdobramentos somente agora, em vários estados, onde apenas um nome foi citado e amplamente divulgado: o meu. Operação na qual não sou investigado", continuou o senador sobre a operação Vikare que, em 20 de outubro, prendeu o primo do senador, o ex-deputado estadual pelo Amapá, Isaac Alcolumbre.

"Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a qualquer irregularidade", garantiu Alcolumbre, ao relacionar o fato, também, ao trabalho como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Alcolumbre tem sofrido pressão para pautar a sabatina do indicado do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. O assunto está engavetado na CCJ há quatro meses. "É nítido e evidente que se trata de uma orquestração  por uma questão política e  institucional da CCJ e do Senado Federal", finalizou o senador.

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