Fake news

CPI da Covid: Empresário defensor de Bolsonaro vai ser ouvido na quinta

Comissão quer saber ligação de Otávio Fakhoury com o suposto gabinete paralelo do governo na disseminação de fake news sobre a pandemia

Por Lucyenne Landim
Publicado em 28 de setembro de 2021 | 11:12
 
 
 
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O vice-presidente do Instituto Força Brasil, Otávio Fakhoury, será interrogado na quinta-feira (30) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo federal na condução da pandemia de Covid-19. A informação foi confirmada pela cúpula da comissão no início da manhã desta terça (28).

A CPI investiga a ligação do empresário, que é defensor do presidente Jair Bolsonaro, com o chamado gabinete paralelo do governo. Fakhoury é suspeito de financiar a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia.

O requerimento de convocação foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues, que é vice-presidente da comissão. 

“Em documentos obtidos por esta CPI o senhor Otávio Fakhoury foi identificado como o maior financiador dos canais de disseminação de notícias falsas, como o Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo. Esses canais estimularam o uso de tratamento precoce sem eficácia comprovada, aglomeração e diversas outras fake news sobre a pandemia”, ressaltou Randolfe.

Advogada da Prevent Senior depõe na manhã desta terça

Nesta terça-feira (28), a CPI ouve a advogada Bruna Morato. Ela chegou ao Senado em silêncio por volta de 9h10. A sessão está prevista para começar às 10h.

Bruna Morato representa o grupo de médicos que apresentou à CPI um dossiê com denúncias de irregularidades no tratamento de pacientes com Covid pela operadora de saúde Prevent Senior. 

A comissão foi procurada pela advogada, que se colocou à disposição para prestar os esclarecimentos.

A Prevent Senior teria ocultado mortes em um estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a doença e  prescrever o chamado “kit Covid-19” a pacientes. A suspeita é de que nove pessoas tenham morrido durante o experimento, mas apenas dois óbitos foram mencionadas pela operadora de saúde.

O diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Junior, foi interrogado na quarta-feira (22). Ele negou que tenha havido "testagem em massa" de medicamentos sem eficácia comprovada contra Covid-19 em pacientes internados no hospital da operadora de saúde. Apenas admitiu a realização de um "estudo observacional". 

Segundo ele, nenhum médico foi "incitado" a receitar hidroxicloroquina; cada um teve autonomia junto ao paciente.

 

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