NEGATIVA

Mourão se diz legalista e nega ter incitado golpe após operação da PF

Senador fez discurso pedindo que Forças Armadas ‘não se omitam’ após operações da PF que miram bolsonaristas

Por Levy Guimarães
Publicado em 09 de fevereiro de 2024 | 18:47
 
 
 
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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou nesta sexta-feira (9) que não incitou nenhum tipo de “ruptura institucional” ao fazer um discurso na tribuna do Senado, na quinta-feira (8), conclamando os comandantes das Forças Armadas a reagirem à série de operações da Polícia Federal (PF) que têm mirado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-auxiliares e aliados.

No pronunciamento, o ex-vice-presidente da República afirmou que as lideranças militares “não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar”. Segundo o senador,  oficiais estão “sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais”, em meio a uma “omissão da Justiça Militar”.

Em nota publicada na sexta-feira, Mourão disse que “não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”.

“A referência feita é relacionada a processos ilegais conduzidos em casos envolvendo militares da ativa e à necessidade de ação das Forças Armadas e da Justiça Militar, na instauração de inquéritos policiais militares (IPM) para a condução de investigações, em caso de militares da ativa supostamente envolvidos em irregularidades, no exercício de cargos e funções de natureza militar”, afirma o senador.

O texto diz que Mourão “é e sempre será legalista, guiando todas suas ações na vida pública sempre com respeito à Constituição e às leis”.

“Quaisquer alegações e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daqueles que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição”, completa.

Defesa de Augusto Heleno

Também na quinta-feira, Hamilton Mourão defendeu o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno. O ex-colega de governo é investigado no âmbito da “Abin paralela” que apura um suposto esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência durante a gestão de Bolsonaro, e no caso da suposta trama de um golpe de Estado por parte do ex-presidente da República e outros auxiliares.

"Eu tenho absoluta certeza, minha convicção, de que ele jamais compactaria com algum tipo de entidade, vamos dizer, essa tal Abin Paralela, encarregada de investigar a reveria da legislação à vida de pessoas"

Segundo as investigações da PF, Heleno ainda teria dito a Bolsonaro, em julho de 2022, que se "tiver que virar a mesa é antes das eleições". A fala foi feita em meio à tentativa para manter Bolsonaro no poder, com o risco de derrota nas eleições daquele ano. Três meses depois da conversa, Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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