As críticas públicas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que classificou o reajuste da segurança pública como um “erro institucional” do governador Romeu Zema (Novo), e a avaliação do deputado federal mineiro Paulo Abi-Ackel, que preside o PSDB no Estado e defendeu veto ao reajuste, não devem trazer impactos na relação entre o Partido Novo e os tucanos, que integram a base aliada do Palácio Tiradentes na Assembleia Legislativa (ALMG).
A avaliação é do vice-líder de governo na ALMG e correligionário de Zema, Guilherme da Cunha. “A relação aqui, dado até o tamanho da Assembleia, é pessoal. Temos oportunidade de conhecer a todos, de ter um convívio com todos e, definitivamente, não abala em absolutamente nada a pressão, influência ou palavras de quem quer que venha de fora”, disse o parlamentar, reiterando que conhece seus colegas de bancada. “A gente tem uma relação de confiança, de proximidade. Não vai ser a manifestação vinda de (alguém) de fora que vai tornar isso menos proveitoso ou menos produtivo, principalmente tendo em vista o bem de Minas”.
O PSDB comanda a base de governo na ALMG, acumulando a liderança de governo, através do deputado Luiz Humberto Carneiro e a do bloco governista, função exercida por Gustavo Valadares. Durante a tramitação do projeto de lei que recompõe os salários da segurança pública, o Novo e os tucanos, no entanto, não entraram em entendimento: enquanto os tucanos foram favoráveis à medida, apenas Laura Serrano (Novo) chancelou a medida do governador Romeu Zema. Guilherme da Cunha e Bartô foram contrários.
Críticas
A sessão desta terça-feira (3) também foi marcada por críticas a João Doria. “Ele tem que entender que quem conhece de Minas é o governador, e precisa se preocupar com São Paulo”, disse Alencar da Silveira (PDT). O Sargento Rodrigues (PTB) afirmou que Doria era um “palpiteiro de plantão” e disse que a polêmica em torno do projeto de lei foi oriunda da emenda apresentada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), que estendeu o reajuste às demais categorias.
“Chegamos a um ponto em que um paulista está dando palpite nas coisas de Minas Gerais. Governador Doria, nós sabemos o que são os paulistas. Em 1720, quando foi criada a capitania de Minas Gerais, tivemos que expulsar vocês a pontapés. Paulista é igual a gafanhoto: chega e não sai”, disparou o Coronel Sandro (PSL).