O deputado federal Pedro Aihara (Patriota) busca assinaturas para a criação de uma frente parlamentar em prol da prevenção e atenção às vítimas de queimaduras. A proposição resulta de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Queimaduras e tem o objetivo de discutir e defender a temática no Congresso Nacional.
Eleito para a Câmara no ano passado, Aihara ficou conhecido pela atuação como porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Ele explica que é necessário “conscientizar e educar a população, mas principalmente discutir a mudança em algumas legislações, em algumas normas regulamentadoras” relacionadas ao assunto.
Dados do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em dezembro do ano passado demonstram que entre 2015 a 2020 foram registradas 19.772 mortes por queimaduras no Brasil. O documento também indica que apenas a eletricidade, um dos agentes causadores de queimaduras, foi o motivo por trás de 9.117 óbitos, ou seja, cerca de 46% do total notificado no período.
O documento ainda revela que na faixa etária mais acometida por queimaduras elétricas, dos 20 aos 59 anos, os casos são majoritariamente relacionados à atividade produtiva, tendo a construção civil informal um importante papel neste cenário.
O problema ainda é associado a sequelas graves, como grandes amputações e a perda da capacidade de continuar desenvolvendo as funções laborais.
Por este motivo, Aihara propõe a expansão de benefícios concedidos a pessoas com deficiência a queimados graves. “Pessoas que tiveram queimaduras que comprometeram de uma forma mais decisiva algumas funções do corpo quase sempre sofrem o mesmo tipo de restrição social no mercado de trabalho que um deficinete, mas não são contempladas pelos mesmo benefícios”, explica o militar.
Dados mundiais que embasam o pedido de criação da frente parlamentar evidenciam a predominância das mortes por queimadura elétrica de baixa voltagem, o que, dentro da condição socioeconômica brasileira, explicita os perigos do ambiente doméstico e da construção civil informal, nem sempre havendo seguimento das regras de segurança estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.