Gestão

Em diplomação, Zema fala em sacrifício para tirar Minas da crise

Na solenidade marcada por briga, futuro chefe do Executivo afirmou que meta é equilibrar as contas

Por Fransciny Alves e Bruno Menezes
Publicado em 20 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Em uma cerimônia tumultuada, na tarde desta quarta-feira (19), o futuro governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). A solenidade ocorreu no Grande Teatro do Palácio das Artes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em seu discurso, Zema disse que, durante a nova gestão, todos vão ter que fazer sacrifícios para que o Estado saia da UTI por conta do “extremo momento de fragilidade das contas públicas”.

O governador eleito ainda afirmou, durante seu pronunciamento, que o Estado passará por tempos difíceis e que medidas duras serão tomadas. “Essas ações vão ser necessárias para que as contas públicas estejam em dia e para que isso dê a Minas um melhor ambiente de negócios, maior qualidade dos serviços públicos e, principalmente, para que possamos garantir um futuro melhor para os mineiros”, afirmou ele, pontuando que é preciso “paciência e união” para que as medidas deem certo.

O futuro chefe do Executivo declarou ainda que as 853 cidades mineiras passam por uma situação de quase falência por conta da falta de repasses constitucionais do governo estadual às prefeituras. De acordo com Zema, para mudar isso, é necessário que haja a união entre os mineiros e as esferas de poder. Além disso, ele ressaltou que é preciso ter respeito aos cidadãos, aos investidores, a quem trabalha e quer trabalhar, e respeito com o dinheiro do povo.

“Será respeitando as leis, os recursos e as pessoas que nosso Estado poderá, novamente, ser respeitado. Do menor cargo ao mais alto, todos devemos fazer sacrifícios. Sem exceção. São vários os desafios que teremos de enfrentar. Para isso, estaremos em outro momento de gestão, em que austeridade e meritocracia serão seguidos à risca”, declarou para a plateia.

Além dos representantes do Executivo, receberam seus diplomas os 77 eleitos para os cargos de deputados estaduais e os 53 deputados federais. Também entram na lista de diplomação os senadores eleitos por Minas, Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS), e os dois suplentes de cada um deles. Foi durante esse momento que a confusão tomou conta do Palácio das Artes. Com a diplomação, os políticos eleitos já podem tomar posse no ano que vem.

Em sua fala, o presidente do TRE-MG, desembargador Pedro Bernardes, reafirmou a importância das urnas nas eleições deste ano e o trabalho desempenhado pela Justiça Eleitoral no pleito. Em seu discurso, ele disse que as urnas alcançaram o posto de referência de qualidade e de transparência. “Desde 1996, a urna venceu neste ano a mais árdua batalha perante a opinião pública”, garantiu, reafirmando a importância da democracia.

 

Aécio e mais 3 parlamentares eleitos faltam a solenidade

Quatro parlamentares eleitos no pleito de outubro enviaram comunicados ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e não compareceram à cerimônia de diplomação da Justiça Eleitoral, que ocorreu nesta quarta-feira em Belo Horizonte. Entre eles, o hoje senador e futuro deputado federal Aécio Neves (PSDB). A reportagem questionou a assessoria do político sobre a ausência dele no evento, mas o tucano não quis se manifestar.

Rumores da ausência de Aécio Neves já haviam sido ventilados na solenidade em função do desgaste enfrentado por conta de denúncias de corrupção que recaem sobre o tucano. A mais recente delas, divulgada no início deste mês, aponta que o senador mineiro teria pedido e recebido pelo menos R$ 130 milhões de propina do grupo econômico JBS para financiar sua campanha à Presidência em 2014.

Um dos pedidos atendidos pelos empresários seria o pagamento de R$ 110 milhões a Aécio e a seu grupo político, entre 2014 e 2017. O dinheiro teria sido destinado a vários partidos para que eles aceitassem fazer parte da coligação do tucano na disputa presidencial de 2014. Na época, Aécio foi derrotado por Dilma Rousseff (PT). O senador sempre refutou todas as acusações de corrupção.

Além de Aécio, não compareceram à solenidade o deputado estadual João Leite (PSDB) e os deputados federais eleitos Weliton Prado (PROS) e Rodrigo de Castro (PSDB). Os parlamentares não precisam explicar os motivos das faltas, mas os dois últimos haviam informado ao tribunal que tinham compromissos de votação no Congresso Nacional. A reportagem de O TEMPO tentou contato com João Leite, mas não conseguiu resposta.

O presidente do TRE, desembargador Pedro Bernardes, informou que os deputados eleitos ausentes podem buscar os diplomas a partir desta quinta-feira (20), e não há prazo-limite para o recebimento.

Poderes

Evento. Os atuais chefes titulares dos Poderes Executivo e Legislativo do Estado não compareceram à solenidade. O governador Fernando Pimentel foi representado pelo secretário Odair Cunha.

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