Eleições 2022

Entre Lula e Bolsonaro, saiba quem está na disputa pela Presidência da República

Corrida presidencial conta com indecisos a convite, partido estreante e nomes que buscam quebrar polarização de votos e firmar posição na chamada 'terceira via'

Por Lucyenne Landim
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 | 11:42
 
 
 
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A disputa pela Presidência da República nas eleições de outubro deste ano já conta com ao menos 13 concorrentes. O número aumentou no domingo (13), com o anúncio da pré-candidatura da professora e economista Sofia Manzano pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Mesmo com mais de uma dezena de pré-candidatos, a expectativa de polarização não mudou. A maioria dos votos deve ficar concentrada entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-chefe do Poder Executivo Federal, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de não estarem oficialmente em pré-campanha, eles já indicam presença nas eleições e nas pesquisas de intenção de votos.

Bolsonaro se filiou ao PL em novembro após intensa negociação com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e o acerto de candidaturas estaduais. Com isso, acertou o lançamento dos ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao governo de São Paulo, e do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, ao Rio Grande do Sul, entre outros.

Já Lula alavancou a tentativa de volta ao Palácio do Planalto depois de ter condenações na Operação Lava Jato anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT deve oficializar a pré-candidatura dele em março e negocia fechar a chapa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB após 33 anos para ser candidato a vice-presidente de Lula, que já foi seu adversário direto nas urnas.

Outros perfis tentam emplacar políticos na chamada terceira via. O discurso tenta atrair os eleitores que não se identificam nem com Bolsonaro, nem com Lula. Nesse campo circulam candidatos do Podemos, MDB, PSDB, PSD E PDT, por exemplo, que mantém pré-candidaturas próprias, mas falam em unificar uma campanha com densidade eleitoral.

Sergio Moro, ex-juiz responsável por condenações de Lula que foram anuladas, é tido como trunfo do Podemos para o pleito presidencial. O partido tem investido na pré-candidatura com foco no combate à corrupção, mas admite a possibilidade de abrir mão de Moro e cedê-lo ao recém-criado União Brasil com a condição de manter a sigla na chapa.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, filiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao partido com a intenção de anunciá-lo na disputa presidencial. O senador, no entanto, ainda não aceitou o convite e tem grande chance de reclinar diante do baixo desempenho nas pesquisas pré-eleitorais, que o colocam com 1% das intenções de voto.

O plano B de Kassab é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que perdeu nas prévias do PSDB para o governador de São Paulo, João Doria. Leite não esconde o desejo de se candidatar, por isso negocia a saída do PSDB e a entrada em um novo partido que pode abrigar a ambição política.

Já ativo na pré-campanha, Doria avisou que deve deixar o governo paulista em 31 de março para iniciar um roteiro pelo país com foco na eleição. À Rádio Super 91,7 FM, ele contou que a primeira parada da viagem pode ser em Minas Gerais para divulgar suas propostas e o trabalho realizado no Palácio Bandeirantes.

Simone Tebet, do MDB, faz viagens pelo país e mantém conversas políticas para emplacar sua pré-candidatura e aumentar as intenções de voto nas pesquisas. Ela já anunciou a economista Elena Landau para coordenar o programa econômico de sua campanha e o ex-governador gaúcho Germano Rigotto para comandar seu programa de governo.

Até a última semana como a única mulher na disputa, Tebet divide agora espaço com Manzano que, segundo o PCB, "representa uma alternativa de esquerda para a crise brasileira, e se propõe a qualificar o debate sobre uma saída popular para os graves problemas que afligem os (as) trabalhadores (as), a juventude e a população em geral".

Ciro Gomes, do PDT, é o outro candidato simpático aos eleitores de ideologia de esquerda que não acreditam mais na força política de Lula. Ele esteve nas últimas eleições e ficou em terceiro lugar, com 12,47% dos votos válidos. Agora, não economiza nas críticas aos petistas e aponta, pelas redes sociais, uma série de erros que identificou nas gestões do PT.

Um dos primeiros a se colocar na disputa foi o senador Alessandro Vieira (SE), do Cidadania. Ele mantém o plano mesmo à revelia do presidente do partido, Riberto Freire, que negocia federação partidária com o PSDB, que já tem Doria, e disparou que a candidatura própria “não se sustenta” em entrevista ao O Antagonista.

Pelo menos outros quatro políticos se colocaram no pleito. O pré-candidato do  Novo. Felipe d’Avila, foi lançado no início de novembro de 2021, empresário e fundador do Centro de Liderança Pública (CLP), organização sem fins lucrativos dedicada à formação de líderes políticos. Será a segunda vez do partido na disputa, que teve em 2018 João Amoêdo, com 2,5% do votos válidos.

Leonardo Péricles levará o Unidade Popular às urnas pela primeira vez. O partido teve a criação autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019 e tem Péricles como presidente. Com caravana iniciada pelo Nordeste, ele entra na disputa com pautas raciais e de movimentos sociais. Mineiro, o político mora na Ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte.

Outro mineiro que se lançou à Presidência da República é o deputado federal André Janones, do Avante. Crítico do atual governo nos últimos meses, a quem acusa de manter o país “refém de amarras ideológicas”. Ele também dispara contra os adversários e afirma Moro e Ciro são puxadinhos de Bolsonaro e de Lula, respectivamente.

Aldo Rebelo também se colocou na disputa presidencial, mas ainda não tem partido para concorrer nas urnas e se declara como um “movimento independente”. Ele já foi filiado ao PCdoB e ao Solidariedade. Ex-ministro dos dois governos petistas, ele descarta nova aliança com o PT.

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