A falta de sincronia entre o governo federal e os governadores e prefeitos é um dos principais obstáculos para o combate à disseminação da Covid-19 no Brasil. A avaliação é do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda (MDB), após conversas com outros prefeitos de Minas Gerais.
"Vi a anúncio do governador sobre o decreto para o Estado. Parecem medidas sensatas, apesar da demora em implementá-las. Mas precisamos de um comando geral do governo federal sobre as normas a serem tomadas. Está tudo desorganizado. Cada governador falando uma língua, cada prefeito falando uma língua, e ninguém se entende", reclamou o prefeito mineiro.
A AMM havia determinado na tarde desta sexta-feira (20) a todos os prefeitos de Minas que preparassem decretos para o fechamento de estabelecimentos comerciais, com exceção dos considerados essenciais para a população. A intenção da medida é fazer com que cidades em que não houve casos de pessoas com o coronavírus fiquem isoladas para evitar o contágio.
Horas depois, o governador Romeu Zema anunciou o decreto de calamidade pública, em que as restrições no funcionamento de lojas, restaurantes, escolas e parques públicos valem para todos os 853 municípios mineiros.
"São ações importantes para combater o vírus. Mas essas medidas vão gerar consequências graves para as cidades, com queda na arrecadação. Dessa forma, as prefeituras não terão dinheiro para comprar suprimentos e para pagar salários. Por isso, vamos precisar de um apoio junto ao governo federal para saber como devemos lidar nas próximas semanas", afirmou Julvan.