Ainda aguardando a confirmação da data do leilão de recebíveis do nióbio na Bolsa de Valores – que pode gerar R$ 5 bilhões e dar um alívio momentâneo para os cofres do Estado –, o governo de Minas pretende arrecadar no próximo ano R$ 40 bilhões com as vendas de ativos que não precisam, necessariamente, de aprovação dos deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“Temos em torno de R$ 120 bilhões em ativos como um todo, considerando o valor do nióbio e os ativos da Cemig e da Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais). É um valor expressivo. Se olharmos diretamente, temos ativos na ordem de R$ 40 bilhões que podem ser desinvestidos de imediato, no curto prazo”, explica o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Adriano Magalhães.
Na mira do Executivo estadual está a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). Segundo Magalhães, está prevista a venda de 49% das ações minoritárias que a Cemig detém da empresa já no próximo ano. “O Estado tem condição de fazer um IPO e vender parte da Gasmig, o que seria importante para dar um recado ao mercado”, avalia.
Outros ativos que devem ser colocados à disposição da iniciativa privada, de acordo com Magalhães, são as participações da Cemig nas usinas hidrelétricas de Belo Monte, instalada no rio Xingu, no Pará, e Santo Antônio, em Rondônia.
A data exata das operações financeiras não foi antecipada pelo secretário adjunto, que apenas confirmou que as vendas acontecerão no próximo ano.
Enquanto o projeto de lei que prevê a privatização e outras formas de desestatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) não avança na ALMG, o governo pretende se desfazer de até 400 imóveis da Codemge, subsidiária da Codemig, criada com a divisão da companhia.
“Nós contamos com o apoio da Assembleia para, assim que for liberado, seguirmos com as privatizações da Cemig, da Codemig e da Gasmig”, espera.
Balanço
Ontem foi apresentado por Magalhães, na Cidade Administrativa, um balanço apontando que o Estado conseguiu atrair, até o momento, R$ 50,2 bilhões em novos investimentos por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi). De acordo com o secretário adjunto, R$ 20 bilhões já foram consolidados, outros R$ 6,1 bilhões estão em fase de tramitação, e a expectativa é encerrar 2019 com a atração de R$ 56,3 bilhões. A estimativa do Estado é recolher anualmente R$ 550 milhões em ICMS com os novos empreendimentos.
Caso se chegue à cifra pretendida, Minas Gerais terá registrado o ano com o maior volume de atração de investimentos em sua história. O recorde é de 2010, quando foram atraídos R$ 52 bilhões para o Estado.
Uma das empresas que decidiram apostar em Minas é a Asta Airlines, de Mato Grosso, que assumiu parte da operação do Voe Minas, programa subsidiado pela Codemig e que oferecia voos entre Belo Horizonte e cidades do interior. Ele havia sido encerrado em junho deste ano pelo governo por não ser viável financeiramente.
Ao todo, foram assinados 58 protocolos de intenção, totalizando a geração de 16 mil empregos diretos e 64 mil indiretos. O volume atraído corresponde principalmente a projetos nas áreas de energias renováveis, mineração e siderurgia.