Marco Antônio Felício

MST, o exército vermelho

Recursos e planos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra


Publicado em 11 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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No último dia 26, publiquei neste jornal artigo no qual comentava a atual oposição, de PT e seus aliados, ao governo Bolsonaro, contrária aos interesses nacionais, em momento de grave crise.

Parte importante da herança material da quadrilha petista está viva, resistente e atuante. É integrada, entre vários outros, por Foro de São Paulo (FSP), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o pouco conhecido Foro Mundial Social.

O MST teve origem na década de 1980, defendendo que a expansão da fronteira agrícola, os megaprojetos e a mecanização da agricultura contribuiriam para eliminar as pequenas e médias unidades de produção e concentrar a propriedade da terra.

Com o advento do PT, das Comunidades Eclesiais de Base e da Teologia da Libertação, permitindo ao religioso cursar pontifícias universidades e mais livremente, viver o mundano e adotar o marxismo como ideologia, cresceram as pastorais e, entre elas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), apoiando a organização e conscientização do trabalhador rural sob uma perspectiva gramsciana e “socialista radical”.

Afirmam as lideranças do MST que a reforma agrária, democratizando o acesso à terra e produzindo alimentos, é a forma efetiva para a realização de um projeto popular, visando à solução dos problemas nacionais.

“Sem reforma agrária não haverá democracia”; “desde cedo, conhecemos o atraso, a raiva e a violência do latifúndio. Uma ira que ceifou a vida de mais de mil trabalhadores e defensores da reforma agrária nos últimos dez anos”, repetem seus líderes.

Entre os objetivos do MST, encontram-se os de desapropriar latifúndios em posse das multinacionais e todos aqueles que estiverem improdutivos, assim como a definição de uma área máxima para a propriedade rural. O MST é contra projetos de colonização (como os realizados na Amazônia) e defende a autonomia das tribos indígenas, sendo contra a revisão de suas terras. O MST prega a cobrança do Imposto Territorial Rural, destinado à reforma agrária.

A ressaltar, no XVIII Encontro do FSP, em Caracas, em 2015, afirmou Dilma: “É essencial aceitar as relações entre o partido, o governo e os movimentos sociais, trincheiras de uma mesma luta, espaços estratégicos para um mesmo projeto, essencial para a transformação de nossa sociedade”. A fala traduz o projeto de acumulação de forças, gramsciano, tendo em vista mudar a correlação de forças entre burguesia e proletariado, passando a exercer, este último, a hegemonia para a ruptura necessária à tomada, não só do governo, mas do poder.

No Brasil, o PT, seguindo Gramsci, por meio da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), integra os movimentos sociais mais fortes do país, entre eles o MST, com a finalidade de enquadrar as massas (o povo, e não só a militância) e empregá-las, dentro da “agitação e propaganda”, quando necessário.

A instalação de uma CMS, junto ao Foro de São Paulo, consolida estruturas próprias para o diálogo partidário com os governos e movimentos sociais aliados, inclusive estrangeiros.

O MST participa, também, de articulações e organizações que buscam transformar o que chamam de “realidade”. Têm, também, uma série de representações no exterior. Internacionalmente, são parte da comunista Via Campesina, que congrega os movimentos sociais do campo atuantes nos cinco continentes.

O Brasil, nos últimos anos, de certa forma, viveu arremedo de democracia, na qual a lei existia só para constar, e não para ser aplicada. A lei servindo de moldura para a baderna, e nenhuma sanção. Os princípios democráticos violados, e a demagogia, como negociação, calando a lei. Era a falência da lei e a desmoralização da autoridade.

É esse o caldo de cultura no qual a desordem campeia, a impunidade é tida como certa, a autoridade é fraca e omissa, e a Justiça, distante, lerda e inoperante. Caldo de cultura para o surgimento e crescimento de movimentos sociais e populares como o MST, que tanta violência e crimes vem cometendo, há anos, contra a agricultura e o agricultor brasileiros, impunemente, sob a capa de uma ONG, sustentada pelo dinheiro vindo do estrangeiro e, não surpreendentemente, dos governos brasileiros do PT.

Os sem-terra tinham como prioridade a conquista da terra. Hoje, elas são educação e conscientização política dos militantes e líderes; conhecimentos para entender a conjuntura política, econômica e social; e conhecimento técnico. Dispõem de mais de 2.000 escolas públicas construídas em assentamentos e acampamentos; 200 mil crianças, adolescentes, jovens e adultos como alunos; 50 mil adultos alfabetizados; 2.000 estudantes em cursos técnicos e superiores; mais de cem cursos superiores em parceria com universidades públicas. O MST está em 25 Estados com 350 mil familiais assentadas e 130 mil acampadas.

Todos os integrantes sabem cantar o hino da Internacional Socialista, do MST e têm bandeira vermelha própria. Estão formando, sob o paciente olhar de nossas autoridades, o futuro Exército Comunista de Libertação Nacional. O Exército de Stédile!

Objetivo consentâneo com as ações do traidor Lula, criador e integrante do Foro de São Paulo, que tem como finalidade a consolidação de uma América Latina comunista.

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