BRASÍLIA - O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, descartou a possibilidade de controlar dividendos de empresas dos Estados Unidos que operam no Brasil como resposta ao tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. A pasta afirmou neste sábado (19/7) que o Palácio do Planalto não considera essa opção. 

"O ministro nega que o governo brasileiro esteja avaliando a adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre os dividendos como forma de retaliação às taxas adotadas pelos Estados Unidos", informou em nota nas redes sociais.

Além das frentes de negociação lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que, diante de um impasse, não hesitará em recorrer à lei de reciprocidade econômica. 

A legislação aprovada pelo Congresso Nacional foi regulamentada em decreto publicado por Lula na última terça-feira (15/7). Ela dá ao Brasil o direito de reagir a aumentos de tarifas ou a sanções comerciais impostas por outros países. A lei pode ser o instrumento legal adotado pelo Brasil para reagir ao tarifaço de Trump, que começará a valer em 1º de agosto, segundo o presidente norte-americano.

O governo brasileiro também avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas aposta é que as negociações conseguirão, pelo menos, adiar o início da vigência das novas tarifas sobre os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos.

A indisposição entre os países atingiu um patamar mais alto nessa sexta-feira (18/7), quando o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, decretou o cancelamento dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A medida afeta o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes. Os ministros André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques foram poupados.