BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja neste domingo (20/7) para Santiago, no Chile, onde participa de uma reunião com outros presidentes de esquerda sobre defesa da democracia. O petista embarca às 16h e deve ser recebido com um jantar oferecido pelo presidente do Chile, Gabriel Boric.

O fórum acontece nesta segunda-feira (21/7) e também contará com as presenças dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; Espanha, Pedro Sánchez; e Uruguai, Yamandú Orsi. Todos foram eleitos por partidos de esquerda ou centro-esquerda.

O evento consistirá em reunião reservada entre os chefes de governo, seguida de almoço e de encontro com representantes de movimentos sociais, acadêmicos e de centros de reflexão (think tanks). Segundo o Palácio do Planalto, as discussões vão girar em torno de três eixos: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação.

Este é o segundo encontro entre esses líderes para debater o tema. O primeiro ocorreu em setembro de 2024, à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e um terceiro está marcado para a 80ª edição da Assembleia, em Nova York.

A viagem de Lula acontece em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, que ganhou novo capítulo após o governo do presidente Donald Trump ter anunciado sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, horas depois de medidas cautelares tomadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nos bastidores, representantes do governo brasileiro, coordenados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), tentam negociar com intermediários dos setores público e privado dos EUA para evitar a implementação do tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. 

Porém, publicamente, Trump tem avançado nas críticas e ações em meio ao avanço do processo contra Bolsonaro e a pressão das big techs, que se veem prejudicadas por ações do STF.