O ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten aderiu à linha de defesa do advogado do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, suspeito de envolvimento em escândalo de pedido de propina para intermediar a liberação de verbas públicas do Ministério da Educação (MEC) para municípios mediante pagamento de propina, conforme denúncias feitas por prefeitos que estiveram com os religiosos em Brasília.
Wajngarten, que em meados deste mês de junho passou a integrar a equipe de campanha para a reeleição de Bolsonaro, foi às redes sociais se manifestar sobre a gravação revelada nesta sexta-feira (24) na qual Milton Ribeiro demonstra que foi avisado pelo chefe do Executivo federal sobre a operação de busca e apreensão da Polícia Federal.
O ex-Secom escreveu: "Perguntar não ofende: Se tem uma gravação dia 9/6 que menciona o Pr [presidente da República]; se tem uma ação de busca e apreensão com mandados de prisão de 20/6 emanada pelo juízo de 1ª instância; Por que o processo não foi enviado ao Supremo no próprio 9/6 e tivemos toda essa pirotecnia? Ativismo? Abuso?".
Veja a publicação de Wajngarten:
Perguntar não ofende:
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) June 24, 2022
Se tem uma gravação dia 9/6 que menciona o Pr;
Se tem uma ação de busca e apreensão com mandados de prisão de 20/6 emanada pelo juízo de 1a instância;
Pq o processo não foi enviado ao Supremo no próprio 9/6 e tivemos toda essa pirotecnia?
Ativismo? Abuso?
Pouco tempo antes, a defesa de Milton Ribeiro, coordenada pelo advogado Daniel Bialski, criticou o pedido do Ministério Público Federal (MPF), acatado nesta sexta-feira pela Justiça Federal em Brasília, de devolver para o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação que levou à prisão de Ribeiro pela Polícia Federal na manhã da quarta-feira (22).
No pedido, o MPF apontou "indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações". No STF, a relatora será a ministra Cármen Lúcia.
Em nota divulgada à imprensa nesta sexta-feira (24), a defesa de Ribeiro sustenta que o áudio interceptado e citado na decisão envolve autoridade com foro privilegiado, no caso o presidente da República, e ocorreu antes da deflagração da operação da Polícia Federal.
“Se assim o era, não haveria competência do juiz de primeiro grau para analisar o pedido feito pela autoridade policial, e, consequentemente, decretar a prisão preventiva”, destacou a nota de Bialski.
“Todavia, se realmente esse fato se comprovar, atos e decisões tomadas são nulos por absoluta incompetência e somente reforça a avaliação de que estamos diante de ativismo judicial e, quiçá, abuso de autoridade, o que precisará também ser objeto de acurada análise”, conclui.
O pedido do MPF se baseia no diálogo interceptado pela Polícia Federal com autorização judicial. Tanto Ribeiro quanto a filha demonstram preocupação de estarem sendo gravados pela PF em uma investigação.
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