O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), e questionou onde errou no combate à pandemia da Covid-19. As declarações foram dadas em São José das Piranhas (PB), onde inaugurou trecho de obra do rio São Francisco.
"Por qual motivo sou atacado 24 horas por dia? Onde eu errei? Relatório da CPI comandada por Renan Calheiros. Não chame o Renan de vagabundo não. Vagabundo é elogio para ele. Não há maracutaia lá por Brasília que não esteja o nome do Renan envolvido", disse, em referência ao autor do relatório final da CPI, que sugere o indiciamento do presidente por diversos crimes.
Para criticar Renan, Bolsonaro defendeu Alcolumbre, que tem atrasado a marcação da sabatina de André Mendonça, escolhido pelo presidente para a vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos últimos dias, aliados dos dois têm tentado aparar as arestas entre o senador e o presidente, para viabilizar a sabatina.
"Olhem, meus senhores, esteve lá na frente do Senado por dois anos o senador Davi Alcolumbre. E quem disputou as eleições com ele para presidência em 2019? Renan Calheiros. Imagine o Renan Calheiros presidente do Senado, que desgraça estaria o Brasil, dado o que ele ia exigir para aprovar qualquer coisa naquela casa. (...) Então, com Davi Alcolumbre não tive problemas no Senado. Quase tudo o que nós precisamos aprovamos lá. Eu agradeço ao Davi por esses dois anos à frente do Senado. Caso contrário, seria Renan Calheiros", completou.
Ao comentar a atuação na gestão da pandemia, Bolsonaro afirmou que foi o único chefe de Estado a se posicionar. Voltou a defender o tratamento precoce, com remédios considerados ineficazes pela ciência e colocou em dúvida o efeito positivo da vacina, já comprovado pelos estudos.
"Jogamos acreditando no Conselho Federal de Medicina (CFM). A autonomia do médico. O médico ao encontrar uma pessoa contaminada e, não tendo algo cientificamente comprovado para ministrar, ele tem liberdade daquele tal de registro off label, fora da bula, para dar algo no seu paciente. eu joguei nisso: na liberdade do médico", disse.
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