O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu, na manhã desta terça-feira (19), com o presidente da Colômbia, Iván Duque, no Palácio do Planalto. Os líderes buscam fortalecer acordos comerciais, agrícolas e de segurança nas fronteiras.
Também foram discutidas pelos líderes estratégias para a questão ambiental na Região Amazônica, tendo em vista a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26). A COP26 está programada para ocorrer entre 31 de outubro e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
"Com toda certeza chegaremos unidos a Glasgow para tratar de um assunto muito importante e caro para todos nós: a nossa querida, rica e desejada Amazônia", discursou para a imprensa o presidente Bolsonaro.
Para Duque, a colaboração dos países no combate à crise climática é determinante na região. "Os países da região Amazônica vão chegar a Glasgow com uma mensagem inequívoca de proteger esse território e reconhecer que conservando-o, poderemos chegar a capturar 2 bilhões de toneladas de gás carbônico ao ano", destacou o presidente colombiano.
"Reafirmo que nossa missão será trabalhar pela transição energética e pela redução de emissão [de carbono], mas também alcançar a neutralidade dessa emissão com grande proteção dos nossos bosques tropicais e da Amazônia", completou Duque.
Participaram da cerimônia com os líderes a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia, Rodolfo Enrique Zea, além de outras autoridades representantes de ministérios dos países.
A comitiva colombiana também se encontrou, na segunda-feira (18), com mais de 60 empresários brasileiros em São Paulo interessados em investimentos no país. Há ainda a previsão de que Duque se reúna nesta terça-feira com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente.
Aliado brasileiro
Duque é um dos poucos presidentes da nova onda da direita na América do Sul que declara alinhamento com o presidente brasileiro. A condução da pandemia do coronavírus e a defesa insistente em medicamentos ineficazes contra a Covid-19 isolaram Bolsonaro na região.
Tanto Duque quanto Bolsonaro enfrentam a baixa popularidade em seus países decorrente da pandemia. Outra semelhança entre os líderes, que também explica a manutenção do vínculo dos governos, é a relação conflituosa com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. No entanto, o embate com o vizinho colombiano não foi mencionado pelos líderes no encontro desta terça-feira em Brasília.
Bolsonaro tem evitado tocar no embróglio venezuelano desde agosto, quando Maduro iniciou movimento de reconciliação democrática com a oposição local. A negociação, intermediada pela Noruega e México, foi celebrada pelas diplomacias do Canadá, Estados Unidos, União Europeia e China. Outro fator de arrefecimento do discurso anti-chavista foi a derrota do ex-presidente americano Donald Trump, principal apoiador do embate com a Venezuela.
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