Depois de receber as congratulações do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), que alertou sobre o risco de o Chile tomar um caminho semelhante ao da Venezuela, o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, afirmou ser muito diferente do congênere brasileiro. As declarações foram dadas ao jornal 'La Tercera', após Boric ir ao posto de saúde tomar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19.
"Não havia visto (a declaração de Bolsonaro), vamos analisar depois. Não vou ter declarações destemperadas. Creio que em políticas de Estado temos que ser um pouco mais cuidadosos", afirmou Boric.
O chileno foi questionado especialmente sobre a fala de Bolsonaro de que praticamente metade da população chilena se absteve nas eleições do fim de semana passado. "Claramente somos muito diferentes", resumiu Boric.
O Brasil foi último dos grandes países da América do Sul ao parabenizar Boric pela vitória contra o direitista José Antonio Kast, que vinha sendo chamado de "Bolsonaro chileno". Enquanto os outros chefes de Estado demoraram apenas alguns minutos ou horas para dar declarações, o presidente brasileiro demorou quatro dias para se pronunciar, quando enfim afirmou que passou ao Itamaraty a missão de fazer uma carta para 'o tal do Boric'.
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