Segurança pública

Fuga em Mossoró: 'A grande preocupação é com a recaptura', diz Lewandowski

O ministro classificou a fuga como uma série de coincidências negativas e casos fortuitos

Por Gabriela Oliva
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 | 17:14
 
 
 
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (15), em coletiva de imprensa no Palácio da Justiça, que a maior preocupação da pasta neste momento é com a "recaptura" dos criminosos. Ele ainda classificou a fuga como uma "série de coincidências negativas e casos fortuitos". "Foi uma fuga que custou muito barato e foi efetuada com o que foi encontrada no local", completou o ministro. 

A coletiva foi convocada após fuga de dois presos, na quarta-feira (14), da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN). Eles foram incluídos na lista vermelha da Interpol.

“A maior preocupação neste momento é com a recaptura dos dois fugitivos”, disse o ministro. Segundo Lewandowski, na operação estão envolvidos 100 agentes da Polícia Federal (PF), 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e mais 100 agentes das forças policiais locais.  

Além disso, no local, há a atuação de três helicópteros: um da PF, um da PRF e outro do governo do Rio Grande do Norte, além de drones.

Segundo o ministro, há indícios de que os criminosos possam estar em uma área rural próxima ao presídio, cerca de 15 km de distância. Houve relatos de invasão em uma residência rural nas imediações, com ocorrência de furtos de roupas e alimentos.

"Nós não identificamos nenhum veículo que os tenham buscado quando deixaram o presídio. Também não temos nenhuma notícia de furto ou roubo de veículos na região. Portanto, imaginamos, são hipóteses, que eles ainda se encontram na região”, explicou. 

Causas da fuga no presídio federal 

Durante a coletiva, o ministro afirmou que "uma série de fatores causaram a fuga dos dois detentos".  Em primeiro lugar, Lewandowski citou que o crime "na passagem da terça-feira para a quarta-feira de Carnaval, onde eventualmente as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer".


Além disso, ele citou a "reforma interna" do presídio como um fator que pode ter contribuído para a fuga. "Várias instalações estavam sendo reformadas, então havia operários lá dentro da unidade prisional, ferramentas existiam lá dentro, não estavam devidamente trancadas, possivelmente estavam espalhadas pelo presídio, ao alcance das pessoas que realizaram esta fuga", detalhou. 

Lewandowski também destacou que havia falhas na construção do presídio. Os criminosos conseguiram escapar através do teto da prisão, abriram uma brecha no tapume e, utilizando um alicate, cortaram a cerca. Além disso, as câmeras de segurança não estavam operando adequadamente e várias lâmpadas estavam sem funcionar.

Medidas foram anunciadas após a fuga 

Desde o episódio, Lewandowski determinou algumas medidas, como o afastamento da atual direção da penitenciária. Ele também nomeou o ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) Carlos Luis Vieira Pires para liderar a unidade e determinou a revisão dos protocolos de segurança em todas as cinco penitenciárias federais. Essa foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal.

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos. Eles são conhecidos como “Tatu” e “Deisinho” e são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar.

 Eles estavam na penitenciária de Mossoró desde setembro de 2023 depois de terem sido transferidos. O motivo da mudança foi porque ambos se envolveram em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco.

Segurança pública foi destacada como prioridade em discurso de posse do ministro

Em seu discurso de posse como novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski fez questão de ressaltar que uma das suas prioridades à frente da pasta seria desenvolver ações na área da segurança pública, especialmente em relação ao combate do crime organizado. Ele citou que, ao lado da saúde, essa tem sido a principal preocupação da população. 

“É escusado dizer que o combate à criminalidade e à violência para ter êxito precisa ir além de uma permanente enérgica repressão policial, demandando a execução de políticas públicas que permitam superar esse verdadeiro apartheid social, que continua segregando boa parte da população brasileira”, discursou Lewandowski durante cerimônia no Palácio do Planalto no início do mês. 

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