O Banco do Nordeste (BNB) terá como presidente interino, a partir desta segunda-feira (17), José Gomes da Costa, eleito pelo Conselho de Administração do banco. Costa vai acumular funções, já que já ocupava o cargo de diretor Financeiro e de Crédito.
O nome é uma indicação do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que preside o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e foi condenado no escândalo do Mensalão. A influência do cacique partidário sobre o BNB vem pelo menos desde o ano passado, quando, em setembro, ele gravou um vídeo defendendo que toda a diretoria do banco fosse demitida. Na época, ele foi cobrado por Bolsonaro sobre um contrato firmado pelo BNB com uma ONG, no valor de R$ 600 milhões.
O então presidente da estatal, Romildo Rolim, acabou demitido após o pedido feito por Valdemar. Depois, o líder do PL indicou o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro para ocupar o cargo, mas ele não foi aceito pelo Conselho de Administração. Agora, Valdemar consegue emplacar o nome de José Gomes da Costa.
Gomes da Costa é funcionário de carreira do Banco do Nordeste e desde dezembro está na Diretoria Financeira. Ele chegou ao posto também por indicação de Valdemar Costa Neto, quando comandava a superintendência do órgão na Bahia.
Dentro do governo, havia resistência à nomeação de Costa por ele já ter sido filiado ao PT. Porém, a filiação se deu por pouco tempo, tendo sido cancelada em 2009 e excluída em 2019. Valdemar argumentou que apesar de ter cerrado fileiras do PT, Costa nunca foi atuante no partido do ex-presidente Lula.
O Banco do Nordeste é o maior banco de desenvolvimento do país, com 2,4 milhões de clientes ativos em seu programa de microcrédito. Historicamente, o comando da estatal é cobiçado por lideranças políticas e aliados do governo da ocasião.
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