Depois de ter se reunido com o novo embaixador da Noruega no Brasil, nesta segunda-feira (18), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou a jornalistas que não há prazo para a retomada do Fundo Amazônia, que está paralisado desde agosto de 2019.
A Noruega, junto à Alemanha, é um dos principais financiadores do Fundo, criado em 2008 para distribuir recursos a projetos de prevenção e combate ao desmatamento, além de financiar projetos de conservação e uso sustentável das florestas da Região Amazônica.
No encontro, que ocorreu no gabinete da Vice-Presidência no Palácio do Planalto, as autoridades trataram do Fundo Amazônia, do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal) e das operações militares na região.
Plano concreto
O novo embaixador norueguês, Odd Magne Ruud, disse aos jornalistas que o governo brasileiro precisa de um "plano concreto para o desmatamento". “Nós temos algumas discordâncias sobre o Fundo Amazônia, mas estamos prontos para conversar”, afirmou Ruud. "São algumas questões que precisamos discutir. Mas essa é uma cooperação muito importante para nós e eu espero continuar o diálogo com o vice-presidente”, pontuou ainda o embaixador.
Em resposta a essa declaração, o general defendeu que o Brasil já tem planos sendo executados e destacou a diminuição das queimadas. “Temos vários planos que estão em execução, tem o Amazônia 21/22, que se destina única e exclusivamente ao combate do desmatamento e às queimadas. Vamos lembrar que estamos na temporada das queimadas e estamos com uma queda aí de 40%, que ninguém está falando nada”, justificou Mourão.
Os países europeus interromperam os repasses para o Fundo Amazônia após queimadas recordes na região. Há aproximadamente R$ 2,9 bilhões paralisados em uma conta bancária federal.
Recuperação da imagem do país
O vice-presidente também aposta na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) para recuperar imagem do país na questão ambiental. A COP26 está programada para ocorrer entre 31 de outubro e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou o pedido de Mourão para liderar a delegação brasileira, que ficará a encargo do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. A expectativa é que ele apresente, nesta quinta-feira (21), ao vice-presidente a estratégia do governo federal para a conferência.
A princípio, a estratégia do governo é seguir insistindo na cobrança de recursos financeiros dos países ricos para reduzir o desmatamento e a emissão de gases do efeito estufa.
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