A Câmara Municipal de Belo Horizonte chegou, ontem, à décima reunião plenária de obstrução ao projeto da Escola sem Partido. A presidente Nely Aquino (PRTB) convocou uma sessão extraordinária para a noite de hoje e havia a expectativa para outras duas amanhã.
A Frente Parlamentar Cristã aposta todas as fichas nessas reuniões para enfim conseguir votar a proposta. O vereador Wesley Autoescola (PRP), líder da bancada cristã, disse que a convocação dos encontros além do habitual é uma conquista do colegiado. “Soou como uma vitória para a frente cristã, é uma ferramenta do regimento que conseguimos. A extraordinária tem uma particularidade, porque ela não tem um período muito grande para discussões, é apenas meia hora de debate, que tem que ser voltado para o tema e partiremos para os requerimentos”, avaliou.
Segundo ele, a expectativa é de que com as extraordinárias que já foram pedidas, e com a estratégia de evitar usar o microfone, seja suficiente para apreciarem o projeto até segunda-feira, data da última reunião ordinária de outubro.
Até o fechamento desta matéria, ainda existiam mais de 25 requerimentos obstruindo a pauta. Nos cálculos dos vereadores, essas petições gerariam algo em torno de 40 horas de obstrução, ou o equivalente a oito sessões plenárias.
O vereador Pedro Patrus (PT), que tem sido um dos mais ativos no bloqueio de pauta, criticou a convocação feita pela presidente Nely Aquino. “É lamentável termos sessões extraordinárias para votação de um projeto que não tem relevância fundamental para a cidade. Nós ainda temos sessões ordinárias para votar. Só depois que acabarem as ordinárias que eles podem chamar as extraordinárias. Isso mostra o desespero deles”, avaliou.
Wesley Autoescola reconheceu ontem que a bancada cristã errou na condução do projeto. “É um erro até já admitido entre nós que, quando o projeto foi lido pela presidente, deveríamos ter entrado com os nossos próprios requerimentos. Demos um vacilo e a esquerda fez isso na nossa frente”, disse.