A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) detalharam na manhã desta quarta-feira a operação que cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e gabinetes do prefeito de Contagem, Alex de Freitas (sem partido), e do secretário de Defesa Social, Décio Camargos.
A investigação apura a relação do prefeito e do secretário na compra de uma casa de luxo em Contagem. De acordo com o MP, o imóvel foi adquirido por R$ 3,3 milhões. Deste valor, R$ 1 milhão foi pago em espécie. Para os promotores e delegado da Polícia Civil, há suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Segundo a prefeitura de Contagem, a residência pertence a Décio Camargos e foi alugada a Alex de Freitas. O imóvel, no entanto, segundo o MP, não está no nome do secretário, mas sim no da antiga proprietária, cujo nome não foi revelado.
Aos investigadores, porém, Alex de Freitas não soube dizer qual o valor do aluguel e também não apresentou notas para comprovar os pagamentos.
"Fomos em busca de provas do indício de lavagem de dinheiro que pode ter levado ao enriquecimento ilícito. O valor pela qual a casa foi comprada é incompatível com os ganhos (de Décio)", disse o promotor Fabricio José Fonseca Pinto.
Décio recebe, mensalmente, cerca de R$ 15 mil (valor bruto) para desempenhar a função de secretário em Contagem.
Autoridades citaram, inclusive, as declarações à Justiça Eleitoral feitas por Décio Camargos, que já se candidatou para vereador em Contagem e para deputado estadual.
Em 2012, primeira eleição que disputou, Décio declarou R$ 1,4 milhão em bens (terreno, casa e carros). Já em 2018, Décio declaraou pouco mais de R$ 19 milhões em bens (casas, apartamentos, carros, aplicações, investimentos e dinheiro em espécie). Um aumento de 1.210%.
Segundo o MP, a investigação começou em setembro de 2018, após denúncia anônima.
Envolvidos
Após apreender documentos, computadores e celulares, a investigação, agora, vai apurar se existem mais políticos ou empresas envolvidas.
Assista à coletiva do Ministério Público e da Polícia Civil sobre a investigação:
#ao vivo: coletiva de imprensa sobre a Operação Mi Casa su Casa. O Prefeito de Contagem e secretário são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores https://t.co/1PJx2ioIKn
— MPMG (@MPMG_Oficial) July 17, 2019