O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), disse nesta segunda-feira (7), após uma solenidade na qual foi homenageado na sede do Ministério Público de Minas Gerais, em Belo Horizonte, que faltou planejamento do Executivo na questão da iminente crise hídrica no país. Recentemente, Pacheco postou uma uma mensagem em sua conta no Twitter criticando medidas adotadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o Ministério de Minas e Energia,
“Eu critiquei o Operador Nacional do Sistema e o próprio Ministério de Minas e Energia porque reputo que essa iminência da crise hídrica e da crise energética, via de consequência, é fruto de um mau planejamento. Nós precisávamos ter planejado essas poucas chuvas deste ano e não ficarmos reféns delas para abastecermos nossos reservatórios de água e geramos energia elétrica para o Brasil”, disse.
Também afirmou que essa falta de planejamento, além de impactar o crescimento econômico do país, também pode respingar no auxílio emergencial e no Bolsa Família. “Olha o dilema que nós estamos neste instante: uma perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% a 6%, o que é fundamental para o Brasil gerar emprego, receita, arrecadação e viabilizar políticas públicas para as pessoas que precisam. O próprio auxílio emergencial e o Bolsa Família dependem desse crescimento que possa fomentar a economia, e nós não temos energia, ou temos uma iminência de falta de energia para esse crescimento do Brasil. Então, isso é fruto de falta de planejamento e nós precisamos planejar melhor o Brasil e isso passa pelo sistema elétrico e hídrico do país”, afirmou.
Em mensagem publicada no Twitter no dia 28 de maio, Pacheco disse que Minas Gerais será prejudicada com as medidas adotadas pelo ONS, e que estas ferem acordos firmados com a bancada mineira. “O Operador Nacional do Sistema Elétrico, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, apoderou-se das águas brasileiras para o seu propósito único de geração de energia. Essa política energética sem ideias, que não planeja e não pensa em médio e longo prazo, reduz os níveis de água e sacrifica o abastecimento, o turismo, a navegação, a agropecuária, a piscicultura e o meio ambiente. Sacrifica, sobretudo, milhares de pessoas! A previsão de secar os reservatórios do sistema de Furnas, em Minas Gerais, é inaceitável, ainda mais depois dos acordos feitos com a bancada federal do Estado”, diz a publicação.
Pacheco não especificou que acordo seria esse, mas desde o ano passado, a bancada mineira pleiteou reuniões junto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar de uma elevação do nível da represa de Furnas, que atende ao turismo, à economia da região e à hidrelétrica de mesmo nome. Inclusive, em reunião em março deste ano, o presidente do Senado defendeu a manutenção de uma cota mínima junto ao Ministério.
Em nota técnica publicada na semana passada, o ONS prevê que, em um dos cenários traçados, o reservatório de Furnas atinja nível de armazenamento abaixo ao mínimo histórico até o mês desetembro e há possibilidade de falta d'água até o final de novembro. Também há risco para outros reservatórios do país e, nesse caso, há possibilidade de racionamento, falta de energia e de água.