POLÍTICA

Janela partidária cria ‘dança das cadeiras’ na Câmara Municipal

Período permite que vereadores troquem de partido sem correrem o risco de perder o mandato

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 25 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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A partir do próximo dia 5, vereadores de todo o país podem mudar de partido, por um período de 30 dias, sem necessidade de uma justificativa e sem risco de perder o mandato. Esse período é conhecido como “janela partidária” e é nele que costuma ocorrer a “dança das cadeiras” de parlamentares e partidos com vistas às eleições.

Um levantamento feito pela reportagem aponta que, dos 41 vereadores de Belo Horizonte, ao menos dez vão se filiar a uma nova legenda, enquanto outros seis avaliam a mudança no momento. Já 18 parlamentares da capital afirmaram que, neste momento, não pretendem sair das respectivas siglas. Seis vereadores não responderam ou não foram encontrados pela reportagem para falar sobre a janela partidária.

Entre os dez vereadores que já decidiram abrigar-se em outro partido, metade já tem um novo destino. A presidente da Casa, Nely Aquino, até então no PRTB, declarou que o Podemos será sua nova casa. A curiosidade fica por conta da constante mudança. Ao que tudo indica, Nely vai participar de sua terceira eleição seguida, cada uma em um partido diferente. Em 2016 ela foi eleita vereadora pelo PMN. Ao tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2018, Nely concorreu pelo PRTB, sigla a que está filiada atualmente.

Hélio da Farmácia (sem partido) e Ronaldo Batista (PMN) confirmaram a ida para o PSC. Bim da Ambulância vai deixar o PSDB rumo ao PSD, legenda do prefeito Alexandre Kalil, recentemente reforçada pelo senador Antonio Anastasia. Hélio da Farmácia também vai disputar sua terceira eleição pelo terceiro partido diferente.

Já Pedro Bueno, atualmente no Podemos, afirmou que vai deixar o partido e se filiar ao Cidadania. O parlamentar é outro que integra o time de candidatos em três pleitos por três siglas diferentes.

Cinco vereadores da capital possuíam vínculo com o PHS, sigla que se fundiu com o Podemos. Como a legenda que os abrigava deixou de existir, eles podem seguir para outro partido sem serem punidos pela legislação eleitoral. É o caso de Catatau do Povo, César Gordin, Elvis Côrtes, Gabriel Azevedo e Hélio da Farmácia. Com exceção do último, todos os outros ainda avaliam a escolha partidária. Com a eleição deste ano, Catatau vai colecionar cinco pleitos em quatro partidos diferentes. Gordin vai para a terceira disputa com três partidos; Côrtes terá quatro eleições com quatro partidos; e Azevedo, segunda eleição e segundo partido.

O PRP e o Patriota se fundiram. O vereador Wesley Autoescola (PRP) diz que não “se reconhece” na nova agremiação e vai buscar uma nova filiação. A próxima eleição dele será a quinta em quatro partidos distintos.

Autair Gomes (PSC), Carlos Henrique (PMN), Flávio dos Santos (Podemos) e Jair Di Gregório (PP) são os outros parlamentares que afirmaram trocar de partido, mas ainda não definiram o novo destino.

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