O Exército preparou salas especiais no Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, para eventuais prisões do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é capitão reformado, e generais acusados de envolvimento em suposto plano de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência e prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação foi revelada pela revista Veja nesta quinta-feira e confirmada por outros veículos, como G1 e Folha de S. Paulo. Segundo eles, oficiais graduados afirmam não haver indicativos de prisão, mas apenas um cuidado para caso ocorra alguma detenção não sejam pegos desprevenidos. Por uma questão de hierarquia, generais não podem ficar presos em unidades que não sejam comandadas por um outro general.
Dessa forma, generais não poderiam ficar presos no Batalhão de Polícia do Exército ou no 32º Grupo de Artilharia de Campanha, organizações que não são comandadas por generais, ao contrário do CMP. Por isso, o Comando Militar do Planalto começou a preparar salas para receber eventuais presos de alta patente. O espaço precisa de grades e banheiro.
Na operação da Polícia Federal, deflagrada em 8 de fevereiro, 16 militares foram alvos. Alguns deles serão interrogados pelos investigadores, assim como Bolsonaro, na tarde desta quinta-feira.
A lista inclui quatro oficiais-generais de quatro estrelas. Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Braga Netto (candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2022) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), além do almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), serão ouvidos na sede da PF, em Brasília. Já o general Estevam Theophilo, que chefiou o Comando de Operações Terrestres do Exército até 2023, deve depor na sexta em Fortaleza (CE).
Todos os intimados foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira a lista completa dos intimados a depor: