Polícia Federal

PGR pede e Moraes manda caso da 'vaquinha' do Pix de Bolsonaro para PF analisar

Arrecadações, que chegaram a R$ 17,2 milhões, foram doações voluntárias, segundo o ex-presidente, para ajudá-lo a pagar multas de processos judiciais

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 06 de novembro de 2023 | 21:56
 
 
 
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou para a Polícia Federal analisar a “vaquinha” do Pix em favor de Jair Bolsonaro. A arrecadação de doações, que teriam sido feitas voluntariamente por apoiadores do ex-presidente, tinha o objetivo de ajudá-lo no pagamento de multas decorrentes de processos judiciais, e chegou a R$ 17,2 milhões, 

Assinada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO), e pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a manifestação enviada ao Supremo afirma que a maioria dos doadores da “vaquinha” estão entre os investigados contra a democracia. Os parlamentares integraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI, aponta que Bolsonaro recebeu 770 mil depósitos via Pix, feitos entre 1º de janeiro e 4 de julho. A campanha de arrecadação ganhou força em 23 de junho, após parlamentares e ex-integrantes do governo Bolsonaro publicarem postagens com os dados do ex-presidente pedindo doações. 

Dos R$ 17,2 milhões depositados, segundo o Coaf, R$ 17 milhões teriam sido investidos em renda fixa. O órgão, responsável por examinar e identificar operações suspeitas, classificou como “atípica” a movimentação e afirmou que ela seria “provavelmente” resultado de uma campanha de arrecadação para o pagamento de multas eleitorais.

Quem fez

Na manifestação enviada ao STF, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, afirmou que é preciso esclarecer se as doações foram feitas por investigados pela justiça por atos antidemocráticos. E que o pedido deveria ser encaminhado à PF para apurar se há alguma conexão entre os dados e o inquérito que apura a atuação de uma milícia digital contra a democracia e as instituições.

A defesa de Jair Bolsonaro alegou, na época da divulgação das informações pelo Coaf, em julho deste ano, que os valores arrecadados são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por simpatizantes do ex-presidente, com origem “lícita”. Leia a íntegra: 

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro tomou ciência, na data de hoje, do vazamento de informações bancárias de seu cliente, contidas em relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão.

Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita. Por derradeiro, a defesa informa, ainda, que nos próximos dias tomará as providências criminais cabíveis para apuração da autoria da divulgação de tais informações.

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