REDE SOCIAL

Representante do X no Brasil deixa cargo em meio a embate entre Musk e Moraes

O advogado Diego de Lima Gualda pediu demissão do cargo de administrador jurídico da rede social X (antigo do Twitter) no Brasil

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 13 de abril de 2024 | 09:51
 
 
 
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O representante e administrador da rede social X (antigo Twitter) no Brasil renunciou ao cargo, em meio aos embates entre o dono da empresa Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O advogado Diego de Lima Gualda pediu demissão do cargo de administrador jurídico em carta protocolada na última segunda-feira, dia 8 de abril, conforme registro da Junta Comercial de São Paulo. A renúncia ocorreu dois dias após o dono da rede social X, Elon Musk, criticar Moraes.

Diego Gualda estava no cargo desde agosto de 2023, segundo informações do portal da Transparência da Controladoria Geral da União (CGU). O perfil de Gualda no LinkedIn mostra ainda que ele assumiu a função de diretor jurídico do então Twitter Brasil em junho de 2021. 

Entenda

Desde o último final de semana, o bilionário Elon Musk tem utilizado as redes sociais para criticar decisões do Judiciário brasileiro no que se refere à liberdade de expressão. Nos últimos dias houve uma escalada do embate entre Musk e Alexandre de Moraes.

O empresário, que é dono do SpaceX e o X, acusou o magistrado do STF de censura e cerceamento da liberdade de expressão no Brasil, sugeriu o impeachment dele e disse ainda que Moraes mantém o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma “coleira”.

A "queda de braço" entre os dois chegou a ser repercutida pela imprensa internacional. Musk ainda sugeriu que a plataforma iria desobedecer às ordens do ministro do Supremo e desbloquear perfis no X, uma vez que, na avaliação dele, ferem à liberdade de expressão.

Essa ofensiva fez com que Moraes incluísse Musk no inquérito das milícias digitais e determinasse a investigação dele em um outro inquérito por obstrução de Justiça. O magistrado ainda estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para cada perfil bloqueado judicialmente que for reativado pela plataforma.

Na última terça-feira (10), Alexandre de Moraes negou o pedido feito pela X Brasil para não serem responsabilizados pelos cumprimentos das decisões determinadas pelo STF.

Na petição, os advogados da empresa no Brasil alegaram que não atuam na operacionalização da plataforma e, por isso, não teriam como cumprir das medidas judiciais.

Governo federal suspende publicidade no X

Na sexta-feira (12), o governo federal informou que suspendeu toda publicidade no X.O Palácio do Planalto alegou que a suspensão foi baseada em uma norma da Secretaria de Comunicação Social (Secom) que restringe a veiculação de anúncios governamentais em canais que promovem desinformações.

No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive, criou um perfil em uma rede social concorrente, a BlueSky, cuja interface é muito similar ao do antigo Twitter. 

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