O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou o bloqueio de quase R$ 2,5 bilhões das contas de suspeitos de envolvimento em um esquema criminoso que desviou milhões de reais do Sistema S (Fecomércio, Sesc e Senac).
Segundo o portal G1, um dos investigados e réu é Orlando Diniz, ex-presidente dos três órgãos. Além dele, vários advogados também viraram réus após a investigação do Ministério Público Federal (MPF), como Ana Tereza Basílio (responsável pela defesa do governador do Estado, Wilson Witzel) e Cristiano Zanin e Roberto Teixeira (representantes do ex-presidente Lula). Lula e Witzel não são investigados nesta operação.
"Ainda que assim não fosse, ao que tudo indica os escritórios de advocacia tinham, no mínimo, ciência de que os processos em que prestavam serviços tinham como partes interessadas o SESC e SENAC e, no entanto, aceitaram receber os valores e firmar os contratos em nome da Fecomércio", escreveu o magistrado.
Veja alguns valores bloqueados:
Orlando Diniz: R$ 306.565.536,86
Cristiano Zanin: R$ 237.355.655,36
Eduardo Martins: R$ 171.358.835,00
Ana Tereza Basílio: R$ 43.148.004,68
Roberto Teixeira: R$ 32.197.650,68
Outro lado
O advogado Cristiano Zanin informou que não houve o bloqueio dos R$ 237 milhões porque ele não tinha esse valor nas contas. O escritório Basilio Advogados, em nota, disse que "atuou entre 2013 e 2017 em mais de 50 processos da Fecomercio, tanto na Justiça Estadual como na Justiça Federal". "Todos os nossos advogados trabalham de forma ética e dentro da legalidade. O escritório confia na Justiça e está à disposição para qualquer esclarecimento", acrescentou.
Orlando Diniz enviou ao G1 a seguinte nota: "Advogados defendem direitos, não ideologias ou partidos. E a defesa desses direitos precisa ser apartidária e intransigente, sob pena de se subverter a democracia e o próprio Estado de Direito. Estabelecidas essas premissas repudiamos peremptoriamente as declarações que levianamente insinuam conluios e inventam conspirações, com o fito único de sobreviverem à avalanche de acusações que pesam contra seus autores. Acrescido a isso a defesa do Orlando Diniz ressalta que representa seus interesses há quase dois anos e foi contratada pelo Senador Flávio Bolsonaro há menos de um ano".
Os demais citados não se posicionaram.