O prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a questionar a Câmara Municipal de Belo Horizonte durante entrevista coletiva convocada de última hora nesta quinta-feira (21. Ao rebater as investidas das CPI, o prefeito afirmou que as denúncias feitas no Legislativo beiram o ridículo e pediu que a Câmara "se coloque de forma com mais postura e mais compostura". 

O chefe do Executivo da capital chegou a citar uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que investiga contratações na Câmara. 

O motivo da entrevista convocada por Kalil foram os áudios divulgados nesta quinta-feira na CPI da Covid por Alberto Lage, ex-chefe de gabinete do prefeito. Neles, Kalil diz que empresários ligados às empresas de transporte público da cidade pagariam R$ 1 milhão na contratação de advogados para defender o ex-presidente da BHTrans Célio Bouzada. 


Kalil afirmou que as gravações são "clandestinas" e que não saberia se a CPI poderia ser responsabilizada "por divulgar vídeos que não falam a verdade". "Então vamos parar com isso, não vai levar a nada, quem está aí recebendo qualquer tipo de dinheiro, qualquer tipo de ajuda, qualquer tipo de promessa, vai se dar mal lá na frente. Entendeu? Não vou gritar porque beira o ridículo tudo que está se passando. Vão responder por tudo, vão ter que provar tudo que falaram, eu quero dizer pra população que o que fizemos pra essa CPI que está instalada, recebemos um prêmio, protegemos a cidade, não quis invadir CPI nenhuma, mandei mensagem para o relator dizendo que estaria a disposição, apesar do vídeo ser criminoso. Não podemos ficar na mão, não podemos tumultuar, a chuva está chegando aí. Ontem tivemos uma reunião, os empresários de ônibus chamaram a prefeitura, entraram na justiça, eles que são tão nossos amigos", declarou,

Enquanto o prefeito falava à imprensa, mais de 20 vereadores se reuniam na sala da presidente Nely Aquino (Podemos) na Câmara. Segundo apurou a reportagem, o encontro era para "discutir as graves denúncias do dia".