Depois de idas e vindas em decisões, cortes, suspensões e ampliações, a educação integral chegará em 2020 com novo foco em Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) passa a direcionar investimentos ao ensino médio, que terá a modalidade em horário estendido – das 7h às 17h – em 281 escolas, com a abertura de 16 mil vagas em 203 novas escolas no próximo ano. O ensino integral profissionalizante, também voltado para alunos nos anos finais, existente em apenas sete instituições de ensino atualmente, será ofertado em 43 locais, com a previsão de oferta de 4.000 vagas a partir de janeiro.
Enquanto isso, o ensino fundamental integral deixou de ser oferecido em 245 escolas do Estado neste ano. O processo de suspensão de aulas nessa modalidade, iniciado em abril, afetou 47,5 mil crianças em Minas. Quando os cortes começaram, o governo justificou que era necessário um equilíbrio financeiro, já que, na época, o Estado não conseguia arcar nem sequer com a merenda escolar.
Mas, segundo a secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, o objetivo é também melhorar a qualidade do ensino. “Nós tínhamos uma educação de tempo integral que não era atendida na metodologia pedagógica como tempo integral”, justificou. Ela explica que o contraturno, ou seja, o período após a aula em horário convencional, era usado basicamente com atividades lúdicas. A partir de agora, será seguida uma nova metodologia, que inclui, por exemplo, horário de revisão das matérias. Ainda segundo Julia, a ideia é fortalecer o ensino médio, com foco na profissionalização dos estudantes.
Conforme informações da secretaria, a previsão é que sejam ofertados 18 cursos no ensino médio integral profissional. Entre eles estão açúcar e álcool, agronegócio, eletroeletrônica, mecânica, química e segurança do trabalho.
Para Julia, a nova aposta deverá refletir em resultados positivos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), medido pelo Ministério da Educação (MEC). “Estamos em 12° lugar no Ideb do ensino médio, com nota 3,6. É extremamente preocupante”, afirma a secretária.