Liberalismo

Covid- 19: ‘Quem quiser vacinar, deve vacinar’, diz Romeu Zema em Brasília

Fala foi dada após ele sair de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro

Por Fransciny Alves
Publicado em 26 de outubro de 2020 | 17:34
 
 
 
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse, nesta segunda-feira (26), que é da opinião que deve vacinar contra o coronavírus quem assim desejar. Mas, ao mesmo tempo, disse que é favorável que uma empresa exija do funcionário a vacinação para que não ofereça risco para os demais empregados. Ele negou que esse pensamento seja contraditório.

As falas foram dadas a jornalistas, no Palácio do Planalto, após ele sair de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mineiro apresentou um balanço de como está a situação financeira do Estado.

“Eu sou de um partido liberal e sou da opinião que: quem quiser vacinar, deve vacinar. Mas sou da opinião também que: uma empresa que empregue 1.000 funcionários exija de alguém que trabalha lá que tenha vacinado porque caso contrário ele pode representar um risco para os outros. Então, eu sou sempre favorável a liberdade do ser humano”, afirmou.

Questionado se essa lógica empresarial não valeria para o país todo, Zema negou: “Acho que não. Acho que setor público é uma coisa e privado é outro. São raciocínios distintos”. O mineiro também disse que não tratou sobre vacina com o presidente ao ser indagado se concordava com a decisão de Bolsonaro de cancelar a comprar de 46 milhões de doses da CoronaVac, que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan. 

“Não é um assunto que eu domino e me sentiria confortável, mas o que eu quero e Minas vai ter, lembrando que o Estado é com o menor taxa de óbito do país, é que nós já temos todo processo para que a vacina seja aplicada e estruturada no Estado. Caso fosse possível a vacina chegar essa semana, nós já estamos com todo plano pronto para ser executado”, declarou.

Zema ainda ressaltou que o secretário de Saúde do Estado, Carlos Amaral, “está muito bem alinhado com o Ministério da Saúde” e vão seguir aquilo que for definido pelo governo federal: “O que eu deixo claro aqui é que todo mineiro que quiser vacinar, será vacinado. Da mesma maneira que conduzimos adequadamente a questão da pandemia, nós também vamos conduzir da vacina”. 

A confusão

Na última quarta-feira (21), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi desautorizado por Bolsonaro. O presidente disse que o Brasil não iria comprar "a vacina da China". Na terça-feira (20), o militar havia anunciado que o governo federal assinou protocolo de intenções para comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan. 

A parceria seria feita juntamente com o governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), desafeto do presidente.  A rivalidade ficou mais clara após Bolsonaro falar nas redes sociais que essa é uma “vacina chinesa” de Doria. 

Até o Ministério da Saúde divulgou um comunicado desmentindo Pazuello e dizendo que "não houve qualquer comprometimento” com a administração de São Paulo" e que "não há intenção de compra de 'vacinas chinesas'". O comunicado causou furor entre os governadores.

Na quinta-feira (22), para colocar panos quentes na situação, os dois participaram de uma “live” surpresa. Nela, Pazuello disse que estão bem: “Senhores, é simples: um manda e o outro obedece. Mas nós temos carinho, entendeu?  Dá pra desenrolar”. 

Agendas

Zema cumpriu, nesta segunda-feira (26), uma série de agendas em Brasília. Pela manhã, ele tratou das concessões de parques naturais e rodovias com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.

O governador também almoçou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na residência oficial do Legislativo. O compromisso não constava na agenda de ambos. Entre os assuntos, estava o Regime de Recuperação Fiscal. 

 

Já no início da tarde, foi até a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em uma visita de cortesia ao presidente do órgão, Coronel Giovanne Gomes da Silva. Ele era comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

O chefe do Executivo também se reuniu com secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, com quem tratou sobre a privatização do Ceasa, por exemplo. 

Acompanharam o governador os secretários de Fazenda, Gustavo Barbosa; de Planejamento, Otto Levy; de Governo, Igor Eto; e Geral, Mateus Simões. O coordenador da bancada mineira no Congresso, deputado Diego Andrade (PSD), também participou.

 

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