Pandemia

Deputado apresenta representação contra Bolsonaro na PGR por causa da cloroquina

A ação foi movida por Rogério Correia (PT), que diz que o presidente feriu a Lei de Improbidade Administrativa

Por Fransciny Alves
Publicado em 14 de julho de 2020 | 17:47
 
 
 
normal

O deputado federal mineiro Rogério Correia (PT) entrou, nesta terça-feira (14), com representação na Procuradoria Geral da República pedindo a instauração de ação civil pública ou procedimento investigativo para apurar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por incentivar o uso da cloroquina em pacientes com coronavírus e determinar as  Forças Armadas o aumento da produção do medicamento, cuja eficácia no combate à doença ainda não é comprovada. O petista argumenta que o presidente feriu a Lei de Improbidade Administrativa.

"Esses remédios não têm nenhuma comprovação científica de que tem o dom de curar a Covid-19. E o presidente agora, depois de várias outras tentativas, estabeleceu uma verdadeira propaganda do uso desse remédio ao povo brasileiro depois de ter dito que contraiu o coronavírus. Ele está colocando a população em risco. O presidente, no meu entendimento, cometou improbidade administrativa ao utilizar recursos públicos para a comprovação de algo que não tem comprovação científica", explicou. 

Correia disse ainda que entrou com um mandado de segurança para que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, responda à Câmara Federal sobre a fabricação do medicamento: "Por ordem de quem esses remédios foram produzidos? Quanto foi gasto? Qual volume? Qual o parâmetro científico utilizado para determinar a produção pelo laboratório do Exército? Desde quando estão produzindo? Entre outras perguntas". 

Na última terça-feira (7), o presidente disse em entrevista coletiva que havia testado positivo para a Covid-19 e estava sendo medicado com hidroxicloroquina e azitromicina, mesmo que nenhum estudo tenha demonstrado que haja resultados efetivos com essas medicações para o combate à doença. O próprio presidente admitiu isso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) até mesmo anunciou, em 17 de junho, que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!