Reservadamente, os membros do grupo de trabalho responsável pela análise do pacote anticrime na Câmara dos Deputados têm dito que a inflexibilidade do relator do projeto, Capitão Augusto (PL-SP), é o que tem atrasado os trabalhos do colegiado, que já deveria ter finalizado as atividades.
A principal queixa é que o parlamentar não aceitou nenhuma das emendas feitas por juristas ouvidos pelo grupo em audiências para aprimorar o texto. O Capitão teria dito aos pares que o seu relatório contempla e trata apenas do que foi enviado para a Casa pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Esse posicionamento causou a ira dos colegas do grupo, que acreditam que hoje, durante reunião para apreciar emendas, o relatório do deputado do PL vai ser totalmente descartado. E, com isso, outro relatório que abarque as emendas que forem aprovadas pelo colegiado deverá ser feito. A aposta é que a coordenadora do grupo, Margareth Coelho (PP-PI), vai fazer o novo texto que precisa ser votado até a semana que vem.
Uma das emendas que os parlamentares querem incluir é o juízo de garantia, norma que já existe em alguns Estados. Na prática, é determinado que o juiz que presidir um inquérito não pode ser o mesmo que vai julgá-lo. A proposta anticrime apresenta medidas de combate à corrupção e ao crime organizado.