Aliviado

Processo contra Janones por quebra de decoro é arquivado em Conselho de Ética

O partido Solidariedade moveu representação contra ele por chamar os colegas de Parlamento de “vagabundos e “canalhas

Por Fransciny Alves
Publicado em 10 de março de 2020 | 17:20
 
 
 
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Após o deputado federal mineiro André Janones (Avante) dar uma segurada na língua afiada, a maioria dos membros do Conselho de Ética da Câmara Federal decidiu, na tarde desta terça-feira (10), arquivar o processo contra o político por chamar os colegas de Parlamento de “vagabundos” e “canalhas”.

O parecer do relator do caso no colegiado, Diego Garcia (Podemos-PR), entendeu que o deputado não cometeu quebra de decoro parlamentar. A decisão foi unânime, sendo 11 votos pelo arquivamento do processo. E o mineiro ainda ganhou vários elogios por, segundo os deputados, ter entendido o cuidado que precisa ter nas palavras.

 

Para chegar a esse ponto, no entanto, Janones precisou mudar a postura na Casa. Se antes, ele ia para o enfrentamento, nesta terça-feira ele demonstrou que entendeu os conselhos dados por deputados mais experientes, de que é preciso cautela durante o trabalho no Legislativo, até para não se isolar.

Em sua defesa na comissão, o parlamentar eleito por Minas Gerais afirmou que não se arrependeu do que falou, mas sim da forma em que se expressou, generalizando todo o Congresso. Segundo ele, a postura combativa vai continuar, mas como ofender o Parlamento é ofendê-lo, vai se policiar para encontrar o equilíbrio e sem distribuir pancadas para todo lados. 

“Acho que o meu desafio é manter essa postura combativa, porém direcionando a minha palavra aqueles que devem ser vítimas dessas palavras, se é que a gente pode dizer assim. Não me arrependi do que falei, falarei novamente se eu ver qualquer coisa de errado no Congresso, mas acho que a maneira de colocar essas palavras realmente devo ter um pouco mais de atenção para que isso não possa afetar aqueles que, assim como eu, são comprometidos com país e desempenham um trabalho sério”, afirmou. 

Processo

O Solidariedade alegou que Janones publicou dois vídeos nas redes sociais “ofendendo os membros do Parlamento e trazendo dados inverídicos sobre a atuação do Poder Legislativo”. Isso foi durante a votação do projeto de abuso de autoridade, em agosto do ano passado. Em um dos vídeos, o deputado chama os colegas de “canalhas” e “vagabundos”.

Janones ainda diz que os parlamentares seriam favoráveis ao texto porque sabiam que posteriormente poderiam ser julgados. O Solidariedade sustentou que os políticos não podem ser classificados dessa forma e que o deputado cometeu os crimes de calúnia, difamação e injúria.

Em outubro do ano passado, o deputado federal JHC (PSB-AL) apresentou um parecer pelo arquivamento do processo contra Janones. Mas, durante falas na comissão, o denunciado foi para o enfrentamento e chamou o Solidariedade, que moveu a representação contra ele, de “corrupto”. Não deu outra: foram cinco votos favoráveis a ele e 11 contrários naquela ocasião.

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