Sem nunca ter conseguido registro oficial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Partido da Defesa Social (PDS) quer se “refundar” para mudar seu nome e sair do estigma de “esquerda”. Em mensagens enviadas a membros da legenda, o presidente do partido, Cabo Washington Xavier, propõe duas alcunhas a serem votadas para substituir o PDS: “Defensores” ou “Nacionalistas”. O primeiro tem levado vantagem até o momento.
“A nova tendência do seguimento são partidos com nomes de ordem, simplistas e que expressam uma ideia, abolindo as siglas e o termo ‘partido’, como Avante, Solidariedade, Democratas etc.”, argumenta Xavier, apontando que a legenda possui como orientação ideológica o pragmatismo político e a representação de classe (segurança pública), mas, na maioria das vezes, é interpretada como um partido de “esquerda” por carregar a palavra “social” no nome.
No estatuto oficial, que consta no pedido de registro no TSE, o PDS diz ter, como principal objetivo, a representatividade das forças militares na política e uma bandeira focada em segurança pública e “luta contra a corrupção”.
O curioso é que, nas eleições presidenciais de 2018, o PDS, sem possibilidades de registrar candidaturas, se juntou ao PPL e apoiou o nome do ex-deputado João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, deposto em 1964 pelos militares. Atualmente, Xavier está lotado como assessor parlamentar do deputado estadual Coronel Sandro (PSL), favorável ao golpe de 1964.