O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio se posicionou favorável ao presidente da República, Jair Bolsonaro, depor por escrito no inquérito que investiga suposta interferência na Polícia Federal (PF).
Em sua manifestação, o magistrado lembrou que, em 2017, os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso autorizaram o então presidente Michel Temer a depor dessa forma. "Bem andaram, em data recente, na arte de interpretar, na arte de proceder e decidir processualemente (...), e não por ser professor de Direito, mas por assim prever o Código de Processo Penal –, ouvido, também como investigado (...), por escrito", disse.
Além disso, Marco Aurélio afirmou que, "em um Estado de Direito, é inadmissível o critério de dois pesos e duas medidas".
Entenda
Jair Bolsonaro é investigado por interferir em decisões políticas dentro da PF. Inquérito foi aberto após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, durante seu discurso de saída, fazer tal acusação.
O presidente deseja depor por escrito. Porém, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, rejeitou esse pedido, contrariando o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Após Mello se afastar por razões de saúde, Marco Aurélio suspendeu na quinta-feira passada (17) o processo, até que ele seja votado pelos demais ministros do STF.