Organização criminosa

MPF arquiva inquérito que investigava Pimentel e coronel da PM

Ambos eram suspeitos de tentar obstruir ações da Polícia Federal no âmbito Operação Acrônimo, na qual o ex-governador de Minas era investigado

Por Thaís Mota
Publicado em 15 de junho de 2021 | 12:04
 
 
 
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O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito que investigava o ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o chefe do gabinete militar do governador, o coronel Hebert Figueiró Loudes, por suspeita de tentar obstruir as diligências da Operação Acrônimo, na qual Pimentel era investigado. 

Segundo o MPF, o inquérito foi instaurado após a apreensão da aparelhos celulares do ex-governador em agosto de 2019. A partir da análise de uma troca de mensagens entre Pimentel e o coronel da Polícia Militar em que se tratava de informações sobre "movimentos da Polícia Federal em Minas Gerais, notadamente na Capital e no contexto do eventual cumprimento de medidas no contexto da denominada 'Operação Acrônimo'", decidiu-se pela investigação de tentativa de obstrução dos trabalhos da PF.

Em uma ação realizada em junho do ano passado, a PF apreendeu três celulares e um computador de Figueiró Loudes. Ele também prestou depoimento onde afirmou que "uma das funções do chefe do gabinete Militar é manter o governador informado sobre toda e qualquer questão que envolva atos relativos à ordem pública" e que “à época dos fatos o governador se apresentava bastante preocupado com uma possível exposição da esposa que estava grávida neste período”.

Disse ainda que várias das mensagens trocadas com o ex-governador tratavam de "informações de operações ou fases de operações já deflagradas, ou seja, cujas informações já estavam inclusive na rede mundial de computadores" e que "é obrigação do Gabinete Militar manter o Governador informado".

Ao analisar as mensagens, a investigação concluiu que, de fato, "em sua maior parte, diálogos que retratam o mero trânsito de informações então já públicas e "não logrou colher indícios suficientes da materialidade e autoria de delito de organização criminosa praticado por Fernando Pimentel". Nesse sentido, o MPF pediu o arquivamento do caso. 

Por mensagem, o advogado de Pimentel, Eugenio Pacceli, disse que a investigação era frágil e que a decisão já era esperada. "Confiávamos que era essa a única solução possível para a investigação. Nasceu frágil, sem razão justificável e teve o desfecho óbvio".

Entenda o caso

O ex-governador Fernando Pimentel foi o principal alvo da Operação Acrônimo supostas irregularidades cometidas por ele na época em que ele era ministro da extinta pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, durante a gestão de Dilma Rousseff (PT).

A operação teve início quando a Polícia Federal apreendeu R$ 113 mil em um jatinho que pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. A aeronave era ocupada por empresários ligados ao ex-ministro e então governador de Minas.

Pimentel foi indiciado em vários inquéritos e processos, mas muitos deles já foram arquivados. Atualmente, segundo sua defesa, o ex-governador responde a dois processos ainda em fase de instrução na Justiça Federal do Distrito Federal.

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