Os vereadores de Belo Horizonte querem que o Marco Zero da capital mineira fique na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Atualmente, o ponto considerado como referência é a Praça da Estação. A alteração vai fazer com que a igreja, na região central da cidade, passe a ser reconhecido como localidade mais antiga e, portanto, origem geográfica e histórica do município.

“O ponto geográfico onde se encontra edificada a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, localizada na Rua Sergipe, n° 175, Bairro Funcionários, passa a ser considerada o Marco Zero de Belo Horizonte”, determina o Projeto.

Durante audiência pública para debater a proposta, no fim de fevereiro, o representante da prefeitura de Belo Horizonte, Yuri Mesquita, explicou que existem três Marcos Zeros na capital mineira - a Praça Sete, a Igreja da Boa Viagem e o conjunto arquitetônico da Pampulha - , além de um marco geográfico, que é a Praça da Estação, onde, inclusive, está a pedra fundamental da capital. “Entretanto, nenhum deles é oficial”, disse.

Para o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PL), autor da proposta, não há dúvidas. O Marco Zero da cidade é a Igreja da Boa Viagem.  

“Segundo historiadores, o primeiro homem a chegar a Belo Horizonte foi Francisco Homem Del Rei, fazendeiro vindo de Portugal, que trouxe consigo em sua nau uma imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, a protetora dos navegantes. Em meados de 1700, ainda no início do século XVIII, Del Rei construiu uma pequena capela de pau a pique para abrigar a imagem, dentro da fazenda da família portuguesa, e ao seu redor desenvolveu-se o Curral Del Rei, hoje, Belo Horizonte, a capital do Estado”, diz a justificativa apresentada pelo vereador.

Ele argumenta que o antigo Curral Del Rey seria a comunidade onde surgiu o núcleo urbano transformado, posteriormente, na capital mineira e, por isso, seria o local onde a cidade de fato começou.

A proposta ainda retorna para votação em segundo turno antes de seguir para sanção ou veto do prefeito.