Polêmica

Novo pressiona Zema a vetar todos os reajustes dos servidores

Partido do governador emitiu nota informando que a situação fiscal de Minas não permite qualquer gasto adicional

Por THIAGO ALVES
Publicado em 20 de fevereiro de 2020 | 14:51
 
 
 
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A direção nacional do partido Novo emitiu uma nota discordando do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, um de seus filiados, por ele ter enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Projeto de Lei 1.451/2020, que concede reajuste salarial de 41,7% para os servidores da segurança pública.

“O partido entende o direito dos servidores de pleitearem reajustes, mas a situação fiscal atual de Minas, que herdou uma condição de calamidade financeira, não permite qualquer gasto adicional”, informa a nota.

O projeto da recomposição salarial da segurança foi aprovado, em segundo turno, nesta quarta-feira (19), na ALMG, e já está nas mãos do governador, que tem 15 dias úteis, a partir desta quinta-feira (20), para decidir se sanciona ou veta o texto. 

Além do aumento para os trabalhadores da segurança pública, o projeto reajusta os vencimentos da educação básica em 31% e concede um ganho de 28,82% para as demais categorias. Em três anos, o impacto financeiro do projeto será de R$ 29 bilhões, segundo estimativas da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag).

Para o Novo, o governador tem que vetar todos os reajustes que foram aprovados, em segundo turno, na ALMG, nesta quarta-feira, inclusive os da segurança, da educação básica, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas e das demais categorias.

“Defendemos que o governador vete todos os reajustes aprovados na ALMG, inclusive aqueles destinados à área de segurança”, ratifica a nota.

Na noite desta quarta-feira, o líder de Zema na ALMG, o deputado Gustavo Valadares (PSDB) criticou o partido do governador. "Não há nada mais sujo na vida pública do que o oportunismo e a demagogia! Que nojo do partido Novo! Esse Carnaval servirá de momento de reflexão. Espero que não só para mim, não é mesmo Romeu Zema?", desabafou em seu perfil no Twitter.

Em nota, o Palácio Tiradentes reafirmou o compromisso “com o texto original do projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa. O impacto financeiro já havia sido avaliado e o encaminhamento do projeto está em conformidade com o atual entendimento do Tribunal de Contas sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. As emendas incorporadas ao projeto pelo Parlamento mineiro ainda não foram analisadas pelo Executivo. Elas serão analisadas levando em consideração a situação financeira do Estado e a constitucionalidade das mesmas”.

O governo reiterou que as “Forças de Segurança Pública estão sem recomposição salarial desde 2015, diferentemente de outras categorias, como por exemplo na Saúde e Educação. Essa última, obteve aumento de 46,75% durante o Governo anterior. Ademais, a comparação da média salarial das Forças de Segurança em Minas com outros estados, revela a 14ª colocação entre os 27 entes federados”, informou.

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