Convenção PSDB

“O Novo não é o nosso projeto”, afirma novo presidente do PSDB em Minas

O deputado Paulo Abi-Ackel classificou o posicionamento tucano em relação ao governo como 'auxílio'

Por Sávio Gabriel
Publicado em 04 de maio de 2019 | 14:42
 
 
 
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Apesar de oficialmente fazer parte da base do governo Romeu Zema (Novo), ocupando inclusive a liderança do bloco governista e a secretaria de governo, o novo presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Paulo Abi-Ackel, afirmou que a legenda tem projeto próprio e pretende voltar a governar o estado. Durante a convenção da legenda, que ocorreu na Assembleia Legislativa, o parlamentar classificou o posicionamento tucano em relação ao Novo como “auxílio”.

“O partido tem que se reciclar, tem que prestigiar movimentos da juventude, o das mulheres. Temos que entrar com o partido mais no estado, afirmar nossas decisões. E com certeza havemos de ter projeto de governo no futuro, porque este partido que aí está, o Novo, não é o nosso projeto. O nosso projeto é o PSDB e temos a pretensão de voltar a governar Minas Gerais”, destacou o novo presidente estadual da sigla.

Ainda de acordo com Abi-Ackel, os deputados estaduais que apoiam a gestão estão fazendo “um papel histórico no sentido de ajudar Minas”. Ele destacou também que o partido jamais adotará uma oposição racional, votando sempre em favor do estado. Ele defende uma posição de independência em relação ao governo estadual.

“Acho que os deputados estão fazendo papel de importância histórica, mas isso não quer dizer que estejamos inteiramente alinhados ao projeto de governo de Romeu Zema, porque nós temos nosso próprio projeto. É uma ajuda, um auxílio que estamos dando”.

Nesse sentido, deputados que queiram permanecer apoiando a gestão do Novo poderão fazê-lo, mas será em caráter posição individual, segundo Abi-Ackel. No entanto, a depender de como os parlamentares tucanos se posicionem, futuras punições não estão descartadas. “É um apoio individual, mas se (o parlamentar) for (apoiar) de forma geral e irrestrita, que seja então de cunho pessoal e individual, sendo até recomendável o afastamento desse membro da executiva estadual”.

Questionado então sobre o papel do líder do bloco governista, Gustavo Valadares, Paulo Abi-Ackel disse que ele está “tentando de forma admirável ajudar o governo, mas que se for permanecer na liderança do governo, o fará como uma atitude (pessoal) dele”.

Durante o evento, o deputado federal Aécio Neves seguiu a mesma linha e foi mais enfático, afirmando que o partido não seria “caudatário” (serviçal) de “absolutamente ninguém”. “O que construímos em Minas Gerais ao longo dos 12 anos (de governo) do PSDB nos traz responsabilidade de mostrar novos caminhos. Não devemos ter constrangimento de apoiar aquilo que é convergente com o que sempre dizemos, mas não tirem a liberdade de nós mesmos apontarmos um novo futuro”.

Principante

Antes do evento, em coletiva de imprensa, o deputado federal Aécio Neves classificou o governador Romeu Zema e o presidente Jair Bolsonaro como principiantes. “Eles estão aprendendo com a roda girando. Não é demérito para ninguém. O que eu defendo aqui é que o PSDB se posicione favoravelmente às questões que são de interesse de Minas”, ressaltou.

O tucano disse que seu partido fez um bom governo em todos os setores. “Não acho que o PSDB, que foi derrotado em segundo turno por aqueles que venceram as eleições, devam ser os porta vozes desse governo. Esse é o ponto de equilíbrio que estamos buscando internamente”. O parlamentar ressaltou que houve conversas com as bancadas federal e estadual e reconheceu que o assunto possui divergências internas. “Mas o sentimento majoritário é esse, de buscar maior independência, e não um alinhamento automático a um governo que não é o nosso”.

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